Confira entrevista com o pré-candidato a Prefeitura de Botucatu pelo PSDB, Mário Pardini
por Sérgio Viana – fotos de Flávio Fogueral
O nome de Mario Pardini para a corrida eleitoral de 2016 surgiu no final de 2014 e inicio de 2015, quando o Prefeito e presidente do PSDB Botucatu, João Cury Neto, começou a busca por um nome de sua legenda a fim de sucedê-lo. Até então, o superintendente que agora comemora um ano de filiação tucana, não tinha vínculo partidário. “Ter sido lembrado pelo PSDB muito me honrou e hoje eu estou falando com você como pré-candidato a Prefeito de um grande time, com algumas coligações importantes”, afirma Pardini.
Dando sequência às entrevistas do Notícias.Botucatu com os pré-candidatos à Prefeitura da cidade, os jornalistas Sérgio Viana e Flávio Fogueral conversaram com o tucano na última quinta-feira (7 de julho), na sede do PSDB Botucatu. Confira o áudio completo e acompanhe destaques em texto logo abaixo:
Engenheiro Civil, o ex-superintendente da Sabesp (afastado para pré-campanha) mostra-se ciente de que talvez seu nome não seja o mais conhecido entre todos que estão na disputa pelo cargo de Prefeito, mas crê estar fazendo o dever de casa. “Eu sempre tive uma atividade muito discreta na Sabesp. Nunca gostei de aparecer. Minha atividade sempre foi muito ligada a Engenharia, que é minha área de atuação… esse desconhecimento no meu ramo de atuação, que é o saneamento, é um fator importante, pois significa que o serviço de água e esgoto está sendo bem prestado em Botucatu”. “Em relação aos 45 dias de campanha… alguns pré-candidatos já foram candidatos por seis vezes, então, já estão na vida publica há 20, 24 anos. Eu levo uma ligeira desvantagem, mas estou compensando isso com muito trabalho. Sem dúvida nenhuma eu sou o pré-candidato a Prefeito que tem mais andado e trabalhado”.
As propostas que deverão ser apresentadas à população de Botucatu a partir de meados de agosto ainda não estão concluídas. Falta pouco, de acordo com Pardini. “O Plano de Governo [que irá ser proposto nas eleições] já está na reta final, mas estamos calibrando as ideias conversando com a população. Não adianta montar o plano só com setores da sociedade, sem escutar o povo”.
Nos últimos meses, cidadãos de Botucatu têm recebido ligações telefônicas para sondagem de intenção de votos. Mesmo sem a divulgação de resultados, as supostas pesquisas podem colaborar com a estratégia de partidos e pré-candidato, que ao saberem da opinião da população passam a traçar melhor detalhes de suas campanhas. Mario Pardini afirma ter conhecimento da realização de pesquisa, mas não por parte do PSDB, seu partido. “Sei que já houveram pesquisas por telefone, sei que muitas estão ocorrendo nas ruas da cidade, o que é natural em época de eleição, mas eu desconheço qualquer atuação do nosso partido em relação a pesquisas por telefone”, frisa.
O pré-candidato tucano afirma considerar o Plano Diretor Participativo um instrumento poderoso de planejamento para o município de Botucatu, discorda da versão de que a revisão do Plano, iniciada pela Prefeitura em 2015 esteja interrompida e se dispõem a revisá-lo com mais frequência. “Não imagino que [a revisão do] Plano tenha sido engavetada, há diversas etapas, uma é escutar a população, os diversos setores, e outra é a redação e regulamentação do plano para poder ser aprovado. O que está sendo feito neste momento”. “Queremos revisá-lo ano a ano, porque a revisão é importante, a cidade muda, não é a mesma de 8, 10, 20 anos atrás”.
O tucano defende veementemente a gestão de seu correligionário e padrinho político, João Cury, mas destaca um aspecto que deverá ser diferencial em seu mandato, caso seja eleito. “Eu quero muito inclinar o Poder Público Municipal para a periferia de Botucatu. Quero continuar avançando com escolas de tempo integral, que agora são fundamentais para Botucatu e quero levar projetos de esporte, sociais e culturais para a periferia de nossa cidade [em horários de contra-turno escolar]”.
Questionado sobre o tamanho de sua coligação, que envolve quase duas dezenas de siglas partidárias, e o número de funcionário comissionados – ou seja, indicados pelo Poder Executivo para assumir função pública -, Pardini defende: “um diferencial do Prefeito João Cury é de que grande parte dos funcionários comissionados são indicações de servidores de carreira, funcionários públicos municipais. É importante que todos saibam que essas alianças [em torno da pré-candidatura] aconteceram em função de crença no projeto político de construção de uma cidade desenvolvida… Se aparecer candidato dizendo que é maior que o projeto, tem coisa errada”.
Conversas e acordos sobre nomes que deverão integrar um possível governo Pardini, de acordo com ele mesmo, ainda não tiveram espaço em sua campanha. “Nenhum cargo comissionado, ou cargo de confiança, ou Secretaria, nada foi discutido por mim e nem será discutido até que se acabem as eleições em outubro. Esses cargos têm que ser preenchidos por pessoas técnicas”
2017 poderá ser um ano ainda mais desafiador para a gestão pública brasileira. O enfrentamento da crise econômica e política, além da queda de arrecadação generalizada, tem causado perda de postos de trabalho também na cidade. “Precisamos de uma estrutura na Prefeitura que se preocupe, exclusivamente, em gerar emprego. Talvez uma diretoria de Emprego e Renda que possa atuar transversalmente com as outras secretarias de governo, buscando atrair empresa, requalificar nossos trabalhadores e inseri-los no mercado de trabalho… Seja qual for o [próximo] Prefeito, terá que ter uma atenção especial em cima disso, porque é o emprego que liberta, que gera renda e dá autonomia ao pai de família”
O petista Erick Facioli, jornalista e também pré-candidato à Prefeitura, foi exaltado por sua coragem e fidelidade partidária, num momento em que o Partido dos Trabalhadores sofrera duros revezes a nível nacional e em Botucatu muitos filiados debandaram para outras legendas. “Eu não sei quem vai me dar mais trabalho [entre os demais pré-candidatos]. Mas eu vejo a pré-candidatura do Erick Facioli como uma pré-candidatura de coragem, como foi a minha. Se [nestas eleições] tem dois nomes novos e de coragem, é o do Erick e o meu”. “Num momento difícil do PT, num momento em que as pessoas, talvez de maneira oportunista, sairam desse partido para se lançarem pré-candidatos em outro – falo de pré-candidatos a vereador também -, o Erick resolveu encarar esse desafio e permaneceu fiel”.
Sobre Caco Colenci,que foi aliado do PSDB, secretário de Governo da gestão João Cury e agora deverá disputar como vice de Mário Ielo (PDT) a Prefeitura, Pardini se diz tranquilo e que cumpriu sua parte no diálogo pelo apoio de Caco e do Partido Verde. “Vejo com naturalidade, acho que as pessoas tem que se posicionar. Eu sempre me posicionei, o Caco [Colenci] se posicionou, o presidente do partido (PV) se posicionou. Agora é bola pra frente. A população vai ter a sabedoria de escolher o melhor projeto”, completa.