Ao todo, mais de 1500 alunos devem ficar sem aulas por tempo indeterminado na ‘Industrial’
por Flávio Fogueral
Após assembleia realizada na manhã desta terça-feira, 18 de fevereiro, funcionários e professores da Escola Técnica Estadual Dr. Domingos Minicucci Filho, a Industrial, decidiram pela greve, assim como outras unidades vinculadas ao Centro Paula Souza no Estado. A adesão média foi de 50% dos 91 professores e de todos os 15 funcionários da instituição. As atividades administrativas não estão suspensas, até o momento.
As aulas estão suspensas a partir de amanhã, 19 de fevereiro. Serão afetadas pela paralisação a unidade de Botucatu e as extensões que a ‘Industrial’ administra, como os cursos técnicos existentes na Escola Estadual Cardoso de Almeida (EECA), e nas cidades de Itatinga, Bofete e Anhembi. Ao todo, mais de 1500 alunos devem ficar sem aulas por tempo indeterminado.
Reposição de aulas deve ser debatida após o período de greve. Por causa da Copa do Mundo (nos meses de junho e julho), o calendário escolar havia sido antecipado na maioria das escolas em todo o Estado.
A pauta de reivindicações segue a mesma apresentada por professores e funcionários da Faculdade de Tecnologia de Botucatu (Fatec). Entre os diversos pedidos está o plano de carreira de professores e funcionários, entre outras reivindicações, que inclui licença gestante de 180 dias, aumento de vales alimentação e transporte, reenquadramentos profissionais e retroatividade dos ajustes e aumentos referentes à julho do ano passado, conforme promessa não cumprida do Governador.
O documento com a proposta de carreira já foi aprovado pelo Centro Paula Souza e pela Secretaria de Desenvolvimento do Estado. Ainda faltam duas pastas do Executivo paulista analisarem os pedidos para que a Assembleia Legislativa faça a votação para ser sancionada, até abril, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Igor Fernando de Oliveira, representante da Comissão de Greve da ETEC Domingos Minicucci Filho, ressalta que a reivindicação pelo plano de carreira se arrasta desde 2011, ano da última paralisação dos servidores do Centro Paula Souza. “A última greve, inclusive, teve como sua pauta principal, a formulação deste plano de carreira, que agora está emperrado”, frisa.
Ele adianta que um ato em conjunto com os professores da Fatec Botucatu ainda será definido para explicar à comunidade os motivos do movimento grevista.
Fatec paralisou atividades na segunda-feira
A Faculdade de Tecnologia de Botucatu adotou posição de greve na segunda-feira, dia 17. A greve atinge total de 66% dos 79 professores e todos os 17 funcionários, segundo o movimento grevista. As Fatecs de todo o Estado são administradas pelo Centro Paula Souza, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento.
Em Botucatu, a Fatec é responsável pela graduação de 1349 alunos. Com a greve, as aulas dos cursos de graduação em Informática para a Gestão de Negócios, Logística, Produção Industrial, Análise e Desenvolvimento de Sistemas estão suspensas em sua totalidade. A exceção fica por conta do curso de Radiologia, cujas disciplinas ministradas por professores da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp prosseguem normalmente. A pós-graduação em Gestão de Negócios, com aulas às sextas e sábado pela manhã não será afetada pela paralisação.