No Instituto de Biociências, salas de aula estão ocupadas há mais de um mês
por Sérgio Viana
Nesta sexta-feira, dia 5, a ocupação do prédio do Grupo Administrativo do Câmpus (GAC) de Botucatu completa quatro dias. Os estudantes, temendo punições posteriores, represálias ou distorções de informações veiculadas na imprensa, agora só falam identificando-se como o comando da greve.
Segundo o comando, cerca de 100 estudantes se revezam durante dia e noite para manter a ocupação ativa e vigilante. Alguns colchões e cobertores tomam conta de espaços do prédio, ao lado de cartazes que enumeram as reivindicações colocadas desde o inicio do movimento de protesto.
Além de Botucatu, outros câmpus também tiveram espaços ocupados pelos alunos, como São Paulo, Bauru, Marília e Assis. Estudantes de Direito, da Unesp/Franca, montaram uma comissão jurídica para auxiliar quaisquer alunos com problemas jurídicos que venham a ocorrer. A mobilização geral dos unespianos é uma das maiores nos últimos tempos, com mais da metade de seus câmpus sendo afetados. Botucatu, que recentemente se manteve fora de movimentos que promovessem a greve e ocupações, surpreende até o próprio comando da greve. “O pessoal acordou e viu que realmente precisamos de novas políticas para melhorar a nossa universidade”, declara.
Em Botucatu, o foco das reivindicações, agora está sobre o que pode ser feito no âmbito local, como: linha de ônibus que integre os câmpus Rubião Junior e Lageado; passagem livre (grauita) para estudantes que utilizarem-se da linha, sendo metade do valor pago pela prefeitura de Botucatu e a outra metade pela administração da Unesp; e fim da prorrogação de prazos para a entrega do projeto do Restaurante Universitário, que segundo o comando da greve é adiado há cerca de 2 anos.
A intenção dos alunos é que a ocupação permaneça até o atendimento completo dos seus pedidos. “O movimento aqui tomou muita força com a ocupação e nossas reivindicações bem firmadas. Fizemos muitas discussões, grupos de estudos e montamos um dossiê sobre o transporte, então está tudo bem embasado para reivindicarmos”, afirma um representante.
Através de comunicado oficial, o Grupo Administrativo do Câmpus afirma ter mantido diálogo constante com os estudantes sobre suas reivindicações, que o projeto do Restaurante Universitário já está definido e será entregue no próximo dia 17 e que os quatro diretores das unidades botucatuenses da Unesp pedirão à reitoria, que a construção seja inclusa, com prioridade, no Plano de Obras da Administração Geral.
No comunicado do GAC, há também a afirmação que após encontro entre representantes do movimento grevista, diretores da Unesp/Botucatu, vice-prefeito de Botucatu (Ântonio Luiz Caldas) e o secretário de Mobilidade Urbana (Vicente Ferraudo), o poder público afirmou que há disponibilidade de uma linha para atender ao pedido dos alunos, que seria denominada “Linha Universitária”.
O GAC ainda reitera que, como sempre foi mantido o diálogo, não há concordância com a atitude de ocupação do prédio e que não houve qualquer registro de ocorrência policial, uma vez que a ação dos alunos foi pacífica.
Salas de Aula ocupadas há mais de um mês
Com bem menos visibilidade, estudantes do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB) ocupam uma das centrais de salas de aula, desde o dia 2 de junho.
Por meio de nota, a direção do IBB afirma que também mantém a conversa com os alunos e prima pela manutenção da segurança estrutural, patrimonial e dos estudantes que habitam o prédio temporariamente.