Em pronunciamento, presidente se diz perplexa e que não acredita em continuidade de impeachment

Em pronunciamento curto e contundente, Dilma diz receber com indignação decisão de Eduardo Cunha (PMDB)

da Redação com informações Rede Brasil Atual

dilma cunhaA presidenta Dilma Rousseff afirmou, em pronunciamento, que recebeu com indignação a decisão do presidente da Câmara de encaminhar no Congresso processo de impeachment contra um mandato conferido democraticamente. A presidente disse que não existem "atos ilícitos" em sua gestão e que nenhuma acusação paira sobre ela. 

"São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentaram esse pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim, não paira contra mim nenhuma suspeita e desvio de dinheiro público", ressaltou. E rechaçou de maneira contundente qualquer possibilidade de "acordo" entre o Executivo e Cunha visando a livrá-lo do processo que pode determinar seu afastamento do cargo e cassação.

"Não existe ato ilícito. Não possuo conta no exterior, não tentei coagir instituições ou pessoas para safisfazer interesses pessoais. A imprensa noticiou que houve interesse de votos em troca do arquivamento dos pedidos. Eu não aceitaria qualquer tipo de barganha, nem atentei contra princípios morais e éticos que ofendam a vida da nação. Há improcedência no pedido. Não podemos deixar que interesses abalem a democracia. Devemos ter tranquilidade e confiar no Estado democrático de direito", declarou.

Confira o pronunciamento:

Abertura do Processo

Há quase um ano o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, recebeu pedidos de impeachment de Dilma Roussef. Além do recurso que foi aceito, escrito pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janína Paschoal, a oposição, liderada por partidos como DEM e PSDB, formalizou diversos outros pedidos, que foram indeferidos ou ainda aguardam resposta de Cunha. Agora o plenário da Câmara decidirá se realmente haverá abertura de processo ou não.

A intenção do documento aceito pelo peemedebista é culpar Dilma pelas chamadas "´pedaladas fiscais" realizadas em 2014, que se tratam do atraso de repasses a bancos públicos e outras instituições, como forma de melhorar as contas da União artificialmente. O caso ainda é julgato pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A decisão de abrir o processo de impeatchment da petista aconteceu logo após o Partido dos Trabalhadores declarar abertamente que votaria pela admissibilidade da continuação do processo contra o presidente Eduardo Cunha, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da casa.

Cunha é acusado pelo PSOL de ter mentido durante a CPI da Petrobrás, sobre ter ou não contas na Suiça, bem como sobre ter recebido alguma vantagem ou enriquecimento ilícito. A Justiça do país europeu e a Procuradoria Geral da República confirmam que o deputado e sua família tinham contas e que a mesma era usada para receber dinheiro provindo de lavagem e desvios do erário público.

 

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