Prejuízo por viagens canceladas em Botucatu pode chegar a R$ 20 mil
O total de prejuízo causado a turistas, em Botucatu, pode passar de R$ 20 mil.
da Redação
Pessoas lesadas pelo suposto caso de golpe de uma agência de turismo, no caso a GA Viagens e Turismo procuraram a Polícia Civil na manhã desta segunda-feira, 7, para prestarem queixa contra o proprietário da empresa e posteriormente protocolar uma possível ação na Justiça. O total de prejuízo causado a turistas, em Botucatu, pode passar de R$ 20 mil.
Ao menos duas excursões foram canceladas este final de semana, com diferentes destinos. Muitos dos clientes da agência compareceram ao local de saída (sempre no Largo da Catedral) sem que nenhum ônibus estivesse no aguardo para o embarque. Nem mesmo o responsável, o menor de idade A.X., compareceu para dar explicações. Revoltados com a situação, um grupo de pessoas teria ido, no sábado, em frente à sede da empresa, na Rua Dr. Cardoso de Almeida, mas encontraram a empresa fechada.
Um dos prejudicados com o cancelamento da viagem foi o professor Everton de Oliveira, que alega ter investido mais de R$ 4 mil em uma excursão que sairia no sábado, dia 6, com destino ao Thermas de Laranjais, em Olímpia. "Todo ano costumo fazer uma viagem entre amigos ou alunos, geralmente para o Thermas de Laranjais. Tive a informação dessa agência, a GA e fui procuá-los. Me passaram referência de viagens anteriores e que nada de errado havia acontecido. Mas desta vez a viagem simplesmente não ocorreu e a pessoa sumiu. Nosso prejuízo foi de R$ 4.158. Ele (o proprietário da agência) não pagou nenhuma empresa de ônibus para que a viagem ocorresse", ressaltou o professor.
Segundo o reclamamente, a empresa não está no nome do empresário, e sim de um terceiro. Outros grupos de turistas foram lesados pela empresa, incluindo uma viagem programada para domingo, dia 8, e que também não ocorrera. "No sábado enquanto agurdávamos ele em frente à sede da empresa (localizada na Rua Dr. Cardoso de Almeida), com a Polícia Militar, surgiu uma mulher loira que começou a recolher tudo que poderia como contratos, papéis. Não a deixamos sair até que o responsável pela agência viesse ao nosso encontro, pois ela era a única que sabia o paradeiro dele", explica.
Em 2016, seriam ao menos 20 excursões agendadas pela empresa. As pessoas lesadas procuraram a Polícia Civil, na manhã de segunda-feira (dia 7), para formular Boletim de Ocorrência e posteriormente acionar a Justiça para ressarcimento dos prejuízos. Um ponto apresentado à polícia por alguns dos reclamantes, foi o fato de que a agência de viagem e turismo não pertencia ao acusado e estaria no nome de outra pessoa, no caso Eliete da Silva Sousa.
"Minha esposa fez uma consulta pela internet e através da Receita Federal descobrimos que a agência não estava no nome dele e sim dessa Eliete, além de que não havia autorização de ter uma agência de viagens pois a empresa que está cadastrada é de festa e eventos", ressalta Everton.
Outros reclamantes afirmaram que pagaram viagens de forma parcelada, por cartão de crédito, e que os demonstrativos de pagamento saíam em nome de outra empresa, no caso a "São Judas Tadeu Material de Construção".
Mãe garante ressarcimento
Após comparecer à Delegacia sobre Investigações Gerais (DIG), no Bairro Alto, Daniele Camargo, mãe do menor A.X., garantiu em entrevista à TV Alpha, que iria ressarcir os prejudicados pelo cancelamento das viagens. "Todas as pessoas serão ressarcidas. Estamos fazendo a somatória dos valores que giram em torno de R$ 20 mil", explica.
Ela reforça que, mesmo o filho sendo menor de idade, o mesmo tinha autorização para utilizar a máquina de cartão de crédito, que está em nome da São Judas Tadeu Material de Construção. Os valores relativos à agência eram repassados para a compra de passagens, ingressos e outras despesas relativas. "Em nenhum momento neguei-me a falar com qualquer pessoa que fosse. Ao contrário, fui ameaçada na minha casa, no meu estabelecimento por mais de 50 pessoas ontem", explicou.
Daniele salienta que alguns clientes começaram a receber os valores pagos pelas viagens, mas que não tem como fazer a devolução integral dos pacotes.
Delegado
Ainda em entrevista à TV Alpha, o delegado titular da DIG, Celso Olindo, ressaltou que os responsáveis pelo menor e também pela empresa,prestaram depoimento. "Por ter 17 anos, o menor conseguiu outra pessoa que abrisse a empresa. As investigações estão no início. Conversando com o adolescente fez algumas viagens com prejuízo para conseguir 'fama' para que nas próximas pudesse ter lucro. A proprietária da empresa pode responder pela empresa dependendo da continuidade, além da mãe na parte cível, que também é responsável pelo menor de idade", explica.