Na véspera de Natal, cruz é recolocada na Catedral

Cruz foi reinstalada na véspera de Natal. Trabalhos envolveram readaptação da base da torre, nova escadaria e limpeza

por Flávio Fogueral

Um dos principais cartões postais de Botucatu voltou a ficar completo. Foi reinstalada, dia 24 de dezembro, a cruz na torre oeste (esquerda) da Catedral Metropolitana. Além da peça, ocorreu ainda adaptação na estrutura que a recebe e também melhorada a acessibilidade ao pavimento superior da igreja. Todos os trabalhos tiveram custo estimado em R$ 80 mil, arcado pela própria Catedral.

Por mais de dois meses e meio, os botucatuenses se acostumaram sem uma das cruzes na Catedral. A retirada ocorreu dias após o temporal de 27 de setembro ter feito com que uma das peças instaladas na torre oeste (esquerda) tivesse abalo na estrutura e apresentasse inclinação. No entanto, a estrutura apresentava possível risco de queda. Devido a isso, foi providenciada a interdição de parte da Praça Dom Luiz Maria de Santana e do bolsão de estacionamento no entorno da Catedral para que fosse avaliada a situação.  

Trabalhos custaram R$ 80 mil para a Catedral. (Foto: Flávio Fogueral)
Trabalhos custaram R$ 80 mil para a Catedral. (Foto: Flávio Fogueral)

Optou-se pela retirada da estrutura para a recuperação e restauro. Durante os trabalhos, foi descoberto que a parte interna da peça é composta de madeira peroba-rosa e externamente revestida com alumínio. Com o passar dos anos ocorreu infiltração no rejunte e em frestas na peça, o que favoreceu a ação de deterioração interna. O abalo deu-se pela fragilidade existente na madeira. 

Para a recolocação da cruz, foi preciso adaptar a estrutura interna da torre oeste (esquerda) para receber a peça, que pesa mais de 100 quilos. A madeira existente na parte interna da cruz foi restaurada, conforme explica padre Emerson Azini, pároco responsável pela Catedral Metropolitana.

Segundo o padre, a estrutura também era de madeira. Na torre leste (direita), também foi verificada a situação de possíveis danos e riscos presentes na mesma devido a ação do tempo. Toda a acessibilidade até o topo da torre será feita por meio de uma nova escada com sistema de segurança, instalada após a retirada da cruz. 

"Fizemos a verificação da torre do sino do lado direito. Inclusive o terceiro sino, que não estava funcionando, foi restaurado e hoje está ativo. A base da torre do sino é mais forte e não foi abalada. Aproveitamos para fazer a recolocação de todas as peças externas da torre como canaletas que estão sendo refeitas", explica.

Todo o trabalho está previsto para ser concluído em janeiro mas, conforme reforça o padre, deve levar mais tempo devido às chuvas frequentes do final de ano. "As peças estão prontas e esperamos apenas o tempo favorecer o trabalho. Na segunda-feira chamamos o guindaste para a colocaçao da cruz, mas a chuva pesada no meio da tarde inviabilizou isso. Esse trabalho aconteceu somente na quinta-feira mas não conseguimos terminar o entorno. Todo este trabalho depende muito do clima", ressalta padre Emerson.

"Fizemos para que a duração seja de longa data. Incluímos a manutenção e vamos aproveitar o guindaste e fazer a limpeza das duas torres externamente onde nasceu mato. Já fazemos há algum tempo a manutenção periódica do telhado e das calhas e cúpula, que ocorrem a cada três meses. As torres também passarão a ser monitoradas de tempos em tempos", frisa o pároco. 

"A catedral é o cartao postal de Botucatu, independente de religião. Ela tem uma história com Botucatu em todos os sentidos. Além da arquitetura gótica, que é similar à da Catedral da Sé, em São Paulo, é um prédio significativo. Toda família que passa por Botucatu, tem a sua foto na Catedral. Mas são poucos que têm a conscienência de que manter esta estrutura, é um valor muito alto", finaliza. 

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