Mulheres de Botucatu organizam ato contra cultura do estupro, nesta quarta-feira (1°)
Por todo o Brasil mobilizações acontecem pela preservação de direitos e fim da violência de gênero
por Sérgio Viana
Após a repercussão do caso de estupro coletivo de uma garota de 16 anos, no Rio de Janeiro, por cerca de 30 homens, há cerca de uma semana, diversos movimentos de luta contra a cultura do estupro surgiram no Brasil. Tal cultura envolve fatores como a desigualdade de gênero e a relativização sobre casos de abusos sexuais, onde muitas vezes busca-se uma explicação para o ato no comportamento ou aparência da vítima, que acabam tolerando, legitimando e banalizando tal violência contra a mulher.
Em Botucatu, várias mulheres estão se organizando para protestar também no dia 1° de junho, em frente à Catedral de Sant’Ana. A concentração do ato ‘Mulheres de Luto vão à luta’ está programada para começar às 17h, com a produção de cartazes e faixas a serem utilizados em uma marcha até a Câmara de Vereadores de Botucatu, onde deverá ocorrer diálogos.
“O grotesco estupro coletivo ocorrido a uma semana com uma jovem de 16 anos choca o país e nos leva a questionar. Medo, instabilidade, perda de direitos. As notícias que chegam são estarrecedoras e nos levam a querer nos posicionar. Vamos às ruas pedir por respeito às mulheres e a todos nós”, explica Beatriz Stamato, professora universitária e uma das organizadoras do evento, que congregam estudantes e trabalhadoras de Botucatu.
“Assim que criamos o evento, as meninas do Coletivo Genis [de alunas da Unesp] juntaram-se a nós, já que elas também programavam um ato para a mesma data. A princípio o intuito do ato é erguermos nossas vozes, com jograis, cartazes e canções. Vamos de preto, representando o luto e levaremos flores e velas”, comenta Camila Citera, há cinco anos facilitadora em Botucatu do Círculo de Mulheres Filhas de Afrodite, grupo que busca o empoderamento feminino e a valorização dos laços fraternos entre as mulheres.
Agenda
Ato ‘Mulheres de Luto vão à luta’
Quarta-feira, 1° de junho, às 17h
Em frente à Catedral de Sant’Ana – Av. Sant’Ana – Centro de Botucatu