A construção da personalidade no bebê

Para que a criança se reconheça enquanto pessoa ela precisa ser nutrida, amada, olhada

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por Juliana Martini*

*Juliana Martini é psicóloga, metre em Saúde Coletiva pela Unesp de Botucatu, psicóloga na rede assistência social de Botucatu, filha, mulher e mãe.

*Juliana Martini é psicóloga, metre em Saúde Coletiva pela Unesp de Botucatu, psicóloga na rede assistência social de Botucatu, filha, mulher e mãe.

Há muitas formas de explicar o que é personalidade, mas acredito que é mais fácil quando pensamos que personalidade é aquele jeitinho de ser de cada um. Uns fantasiam mais, outros são mais obsessivos, ansiosos, uns fogem da realidade, outros guardam problemas e sentimentos para si… Mas, afinal, quando nos tornamos assim?

Para Freud e seus seguidores, a personalidade começa a ser formada ainda bebê logo após o nascimento, no primeiro olhar, no primeiro amamentar, no primeiro contato com a mãe. Mas então é só a mãe a responsável pela personalidade da criança? Não, mas ela exerce um papel fundamental nesse processo, pois, para que a criança se reconheça enquanto pessoa ela necessariamente precisa ser nutrida, amada, olhada, mas esse olhar pode ser construído por qualquer pessoa que esteja disposta a exercer a função materna, a “ser mãe”, que esteja disponível para o bebê, e não necessariamente ser mulher ou amamentar.

Para que o bebê se reconheça enquanto pessoa, ele precisa literalmente grudar em você, mas calma, a medida em que cresce, ele vai se separando. Quando a criança nasce, ela e a mãe são uma coisa só, a falta de alimento é para a criança um sinal de morte tão intenso que quando ela mama ela se satisfaz por completo, já viu como crianças são ferozes puxando o seio para mamar? Quando a mãe consegue entender essa mensagem e mantém os cuidados básicos e o afeto, ela transmite segurança emocional ao filho e a criança consegue superar a angústia da morte e passa a se sentir aceita, assim ela permite o afastamento da mãe e passa a se reconhecer enquanto pessoa; mas e se a mãe não consegue transmitir essa segurança? Aí podemos ter pessoas com um jeitinho de ser que talvez requeira algum tipo de ajuda profissional posteriormente, para lidar com algum conflito ou dificuldade emocional.

O que precisamos saber é que é indispensável que seu bebê grude em você; que ele seja nutrido pelo seio materno ou por qualquer outra forma de alimentação; que seja olhado, reconhecido e que suas angústias sejam acolhidas, seja pela mãe, ou por outra pessoa que a represente, assim ele construirá dentro de si a base emocional para viver e construir sua personalidade de maneira saudável.

Que haja luz! Que haja amor! Que haja paz!

*Juliana Martini é psicóloga, metre em Saúde Coletiva pela Unesp de Botucatu, psicóloga na rede assistência social de Botucatu, filha, mulher e mãe.

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