Ex-petista e ex-tucano formam coligação com 4 partidos e aguardam mais apoio
por Sérgio Viana – fotos Flávio Fogueral
Nesta terça-feira, dia 12 de julho, Mário Ielo (PDT) e Caco Colenci (PV) oficializaram a quinta chapa de pré-candidatos, respectivamente, a prefeito e vice de Botucatu. O evento foi realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos e acompanhado por militantes e pré-candidatos a vereador pela coligação de quatro siglas até o momento: PDT, PV, PTB e o novo Partido da Mulher Brasileira, presidido por Márcia Rossato.
Apesar de ao longo dos anos já ser um nome tido como certo nas eleições botucatuenses, o ex-petista Mário Ielo e seu novo partido foram os últimos a promover a celebração da pré-candidatura, devido às costuras de apoios partidários de sua coligação. Peça chave, o Partido Verde (PV), até então aliado da atual gestão pública, recebeu o ex-tucano Caco Colenci, preterido pelo PSDB, e aceitou apoiar o projeto do PDT.
“A gente acredita no passado do Ielo. Isso foi bem discutido pelo partido. Um vai completar o outro: o melhor do governo do Ielo com o melhor do governo do João [Cury]”, afirmou Rodrigo Biasotti, presidente do PV, na mesa de abertura do anuncio.
Novo pré-candidato a vice-prefeito de Botucatu, em seu momento de fala, Caco Colenci começou se emocionando ao agradecer sua família e os irmãos, também advogados, Marcos e Junior Colenci, que teria sido o principal articulador da união política. Sem citar o nome de seu ex-partido, Caco ainda alfinetou o PSDB pelo fato de não ter tido oportunidade de compor a chapa tucana. “O PV debateu candidatura e projeto para a cidade. ‘Lá’ mandaram avisar a escolha do vice. No PV achei a democracia partidária, que em outros [partidos] não existe. Abdicamos das benesses do governo [municipal] para estar na rua e construir um projeto”, disse o ex-secretário do Governo João Cury.
Carlos Negrisoli, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e atual presidente do PTB, nega que a definição da chapa e apoios seja tardia. “Já estamos conversando desde maio e ficamos contentes com o PV estar junto a essa coligação. Algumas pessoas dizem que é um pouco tarde, mas acho que as coligações têm de ser feitas próximas às convenções partidárias – que começam no dia 20 de julho”.
“É o fim da polarização…”
Ao ser questionado sobre sua pré-campanha, a firmação de estar dialogando com a população e o não apoio de seu ex-partido, o PT, a sua eleição, Mário Ielo disse que esta é uma campanha diferente, não só pelas modificações feitas pela Justiça Eleitoral – como o fim das doações empresariais para campanhas e diminuição no tempo de propaganda -, mas também pela composição das coligações das diversas chapas que disputam o pleito.
“Acabou a polarização PT e PSDB nacional, estadual e municipal. Temos que olhar pra frente e oferecer o melhor pra Botucatu. Sei que temos apoio de filiados do PSDB, do PT e sei que a grande maioria da população, que não é filiada, está nos apoiando… Sempre deixei claro ao partido em que eu estava que: antes do partido vem a minha cidade. Antes da visão político-partidária vem a minha cidade”, respondeu. O diretório do PT decidiu lançar candidatura própria, do jornalista Erick Facioli, após Ielo não assumir uma posição contrária ao impeachment de Dilma.
Êxodo petista
Em agosto de 2015, com o agravamento da crise política que afetava o governo da presidente Dilma Roussef, diversos políticos eleitos e militantes do Partido dos Trabalhadores desembarcaram e se filiaram a outros partidos, como Rede e PDT, numa tentativa de desligar-se da imagem negativa e dos escândalos envolvendo o PT.
Nivaldo Ceará, ex-secretário de Esportes na gestão de Ielo e apresentador da TV Alpha, foi um dos militantes petistas que resolveram mudar de ares. “É um momento novo. Estamos a um bom tempo procurando apoios, estamos na expectativa de que a campanha cresça. É um partido novo pra mim, eu sempre fui ligado ao PT. É uma escolha pessoal devido ao que aconteceu ultimamente, mas eu não deixei de estar na esquerda, pois simpatizo muito com essa ala política”.
Sobre não contar com o apoio oficial de seu antigo partido, Ceará ameniza: “Não foi uma decepção. A gente esperava que pudéssemos estar juntos nessa eleição para Prefeito e no [voto] proporcional (para eleição de vereadores), principalmente. Mas a gente respeita a posição do PT, temos muitos amigos lá e temos que separar as coisas. O Erick é meu compadre, aliás. Mas cada um está no seu caminho. Desejo boa sorte”, completou.