Evento foi acompanhado por milhares de botucatuenses. Objeto permaneceu menos de uma hora no município
por Sérgio Viana. Fotos Flávio Fogueral
Após 76 dias atravessando diversas regiões do Brasil, o revezamento da tocha olímpica dos jogo Rio 2016 passou por Botucatu na tarde de domingo, dia 17 de julho. O evento teve inicio na Avenida Dom Lúcio, ao lado da Igreja São José, desceu até a Praça do Bosque e Paratodos, pela Rua Amando de Barros, e terminou o translado na Catedral de Sant’Ana, principal cartão postal do município.
“Faz três meses que trabalhamos para fazer uma apresentação condizente com o que representa o fogo simbólico. Ele representa o maior evento esportivo mundial. Os 13 condutores escolhidos são merecedores desta honra”, comentou o secretário municipal de Esportes de Botucatu, Antonio Carlos Pereira.
Todos os escolhidos para conduzir o fogo olímpico pelas ruas de Botucatu foram reunidos no salão da Associação Atlética Botucatuense (AAB), onde receberam orientações sobre o trajeto e o modo como a passagem da tocha deveria ocorrer.
O botucatuense Paulo Ricardo Capelupi foi um dos condutores. Aos 36 anos, ele afirma já ter se dedicado um bom tempo ao esporte, desde a adolescência, principalmente como nadador do time botucatuense há alguns anos. No entanto, sua participação foi realmente uma surpresa: “Minha esposa me cadastrou num site contando a minha história e recebemos a notícia um dia antes [no sábado], então, a alegria foi imensa e a ansiedade enorme. É algo totalmente diferente em minha vida”, resumiu Capelupi.
Já o professor José Nelson Rizzo de Castro ressaltou que, além de ser gratificante conduzir a tocha, o objeto representa a paz e união em um momento delicado para o país. “Apesar do momento político e social não seja adequado para receber um evento de grande porte, temos que sentir a essência do espírito olímpico, que é a paz e união entre os povos. Claro que não vivemos um momento propício para o evento., mas temos que levar adiante a essência e pregar a ética acima de tudo”, opinou.
“O fogo olímpico traz uma série de mensagens pra nós, fala de união entre os povos, paz e tolerância. Não sei se neste século o Brasil terá outra oportunidade de sediar os jogos Olímpicos, então é um dia histórico, em que Botucatu faz parte dessa história”, frisou o Prefeito de Botucatu, João Cury.
Gastos com o evento
Nas últimas semanas antes da chegada da tocha a cidade, críticas e comentário passaram a surgir sugerindo que o valor gasto com a recepção do fogo olímpico chegava a cerca de R$ 150 mil reais. Porém, de acordo com o secretário de Esporte, Pereira, o total pago – envolvendo adesivos, palco, relógio regressivo, que deverá continuar sendo utilizado pelo Poder Público, e uma réplica da tocha para Botucatu – foi de R$ 26 mil.
“Botucatu foi convidada a fazer parte deste percurso e é óbvio que nós aceitamos. Teve cidades que não aceitaram, é um direito, mas era uma oportunidade única. A população reconhece, tem aqueles que contestam e têm esse direito”, destacou.
“Em relação aos custos, muito se fala e pelo o que eu percebi isso tem acontecido em vários lugares. Porque há uma parte da população que contesta esses grandes eventos no Brasil, onde ainda temos uma série de desafios a serem superados, muitos enxergam como gastos que deveriam ser investidos em outras áreas. Mas acho que, diferente da Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos deixará um legado para a cidade do Rio de Janeiro, como metro, VLT, Museu do Futuro e revitalização da zona portuária”, completou o João Cury.
Fogo Olímpico e Sagrado
A chama ou fogo olímpico foi roubada da casa dos deuses por Prometeu, que se encarregou de entregar o sagrado artefato aos demais mortais para que aprendessem a utilizá-lo, segundo a mitologia grega. Em seguida, ainda na Antiguidade, durante os Jogos Olímpicos o atleta que vencesse a prova de corrida (Maratona) recebia a honra de carregar a tocha para acender o altar de sacrifício do templo de Héstia, em Olímpia.
Os Jogos Olímpicos da era moderna passaram a utilizar novamente a chama olímpica como símbolo no inicio do século 20, em Amsterdã, capital holandesa. Desde então, diversas cidades e cidadãos, atletas ou não, dos países que sediam o Jogos recebem e fortalecem o espírito olímpico com a presença do fogo simbólico.
Saiba quem foram os condutores da Tocha
Adriano Penteado; Nelson Maria Brechó da Silva; Marlene Marcelina; Osni Bertotti Leme; Edemilton Santana; Ednilson Spadin; José Nelson Rizzo de Castro Rizzo; Evandro Fernandes; Reinaldo José Pereira Leite e Peterson Rodrigues da Silva.