Meu filho joga vídeo game, isso é ruim?

De todas as crianças e adolescentes que atendi, o que sempre vi era um pedido para ser ouvido

por Juliana Martini*

*Juliana Martini é psicóloga, metre em Saúde Coletiva pela Unesp de Botucatu, psicóloga na rede assistência social de Botucatu, filha, mulher e mãe.

*Juliana Martini é psicóloga, mestre em Saúde Coletiva pela Unesp de Botucatu, psicóloga na rede assistência social de Botucatu, filha, mulher e mãe.

Essa é uma pergunta comum feita a psicólogos que trabalham com crianças, uns acreditam que sim, principalmente quando são jogos violentos; outros dizem que não, que na verdade contribuem para o desenvolvimento sensório motor da criança, por exemplo. Eu, enquanto psicóloga, me alivia saber que a criança ou o adolescente diz gostar de vídeo game, ou qualquer outra atividade prazerosa, pois é um sinal do que posso usar para aproximação de pais e filhos, assim como para a imposição de regras, para educação e diálogo.

Pensando nisso, procurei pesquisas que tinham esse objetivo, e o que encontrei? Que não há certeza nem que sim nem que não. Muitas pesquisas observaram que há o desenvolvimento de algumas habilidades, outros observaram que jogos violentos tem relação com pensamentos violentos, mas que mesmo assim não podem ser tidos como grandes vilões, porque adolescentes agressivos não jogavam apenas vídeo game, mas tinham outros problemas emocionais e sociais importantes, ou seja, não necessariamente era o vídeo game que os tornavam agressivos.

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Em um congresso do qual participei, lembro que pesquisadores que utilizaram ora jogo educativo, ora jogo violento, observaram que havia mais respostas agressivas quando a pessoa era obrigada a jogar um jogo que não estava a fim, e não necessariamente um jogo violento.

Hoje em dia, há um grande número de pessoas que interagem jogando, que treinam habilidades, e que lidam diariamente com a frustração de ter que perder; claro que também há aquelas que fogem de um mundo real, que não interagem, que tem grande dificuldade de relacionamento, mas antes de você proibir o vídeo game para o seu filho, pense como você pode utilizá-lo para melhorar a relação de vocês e para ensinar regras e colocar limites. Se seu filho tem fugido tanto para o mundo virtual, a ponto de perder prazeres na vida real, pense: porque será que a realidade pra ele é tão ruim? O que eu posso fazer para torná-la melhor? De todas as crianças e adolescentes que atendi, o que sempre vi era um pedido para ser ouvido, e o objetivo sempre foi tornar isso possível! Não necessariamente proibir o vídeo game.

Bom jogo para todos! Boa realidade para todos! Que haja luz! Que haja amor!

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