Na primeira semana de agosto, no entanto, a escola encerrou as atividades sem aviso prévio aos clientes e professores
por Flávio Fogueral
Na capital paulista, o retorno às aulas foi, no mínimo, traumático para um grupo de pais e alunos. Isso porque quase 200 crianças não conseguiram entrar no Colégio Majô, empresa do Complexo Educacional Campos Elíseos, localizada na região de Santa Cecília. O estabelecimento particular, oferece os ensinos infantil, fundamental e médio. A administração era atribuída ao botucatuense Luís Alberto Scolastrici.
Na primeira semana de agosto, no entanto, a escola encerrou as atividades sem aviso prévio aos clientes e professores. Muitos dos pais alegam prejuízos acima dos R$ 10 mil pelo pagamento adiantado de mensalidades e materiais didáticos. “Pagamos em dinheiro vivo, pois alegou que dava desconto se pagasse à vista. A conta era acima dos R$ 15 mil”, disse o comerciante Roger Bacca, em entrevista ao SP TV, da TV Globo. Confira aqui a matéria.
Os pais relatam que era comum o pagamento diretamente na conta do administrador, já que a instituição não emitia boleto bancário. “Ao chegar na escola, fui pedir os papéis para fazer a transferência do meu filho. Na secretaria, não me devolveram o dinheiro das apostilas, o valor da mensalidade paga em agosto e ainda fui informada por um funcionário que a orientação do Luis Alberto Scolastrici era de falar para os pais que não iriam devolver o dinheiro, que para isso terei de procurar a Justiça. Chamei a polícia e procurei por minha irmã, que é advogada. Ela me orientou a fazer um Boletim de Ocorrência denunciando estelionato e a juntar a documentação para ir à Pequenas Causas e tentar reaver o dinheiro”, relata Débora Cristina Rodrigues de Moura, uma das mães lesadas.
Segundo ela, o grupo de pais entrará na Justiça para ressarcimento dos danos e a regularização da vida acadêmica dos filhos. “Tem pais que dá pena. Eu ainda levantei um dinheiro e recoloquei meu filho numa outra escola particular. Há pais que não tiveram condições. Perderam tudo, investimento de um ano”, salienta.
Além do prejuízo em dinheiro, os pais reclamam, ainda, de não poderem fazer a transferência dos filhos para outras escolas. Dizem que não são atendidos por nenhum funcionário ou responsável da Escola Majô, para a retirada do Histórico Escolar. Recorreram à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo para a obtenção do documento. Alguns professores também relataram, na reportagem exibida pela TV Globo, atraso nos salários.
Ex-administrador alega reunião com pais e transferência de gestão
Responsável pelo colégio de setembro de 2015 a julho de 2016, o botucatuense Luís Alberto Solastrici, ao ser procurado pelo Notícias.Botucatu, em conversa via Facebook, admite que a empresa passa por problemas financeiros, o que motivou seu fechamento temporário. Explica, ainda, que a escola foi transferida a outro mantenedor. A previsão seria que as aulas voltariam normalmente ainda esta semana.
“Realmente estávamos com dificuldade na gestão financeira do colégio, o que nos levou a prorrogar as férias em uma semana. Não consegui fechar com os chineses, mas o colégio já está sob nova direção”, frisa Solastrici. O empresário explica que inicialmente as negociações encaminhavam para que a empresa fosse repassada a um grupo de empresários chineses. Ele também alegou que houve reunião com a maior parte dos pais de alunos no dia 3, onde ocorreu a informação da prorrogação das férias e venda do colégio.
Em sua página na internet, o Colégio Majô define-se como uma instituição que segue a “concepção sócio-interacionista, onde serão trabalhadas as vivências e problemáticas que desenvolvem o aspecto social, afetivo, emocional, intelectual e pessoal, numa interação total entre os sujeitos, ou seja, a Comunidade Escolar e Local”.