Os números comprovam a grande guinada vivida pelo município na área de segurança pública
por João Cury*
A recente divulgação das informações que integram o Atlas da Violência 2016 ,estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FPSP), deixam ruborizado qualquer brasileiro sério e que se preocupa com o futuro do nosso país.
O levantamento aponta que o Brasil atingiu a marca recorde de 59.627 mil homicídios em 2014. A média de 29,1 para cada grupo de 100 mil habitantes também é a maior já registrada na história do país, e representa uma alta de 10% em comparação à média de 26,5 registrada em 2004. Os números são muito superiores ao teto estabelecido como aceitável pela ONU, que considera epidêmicos os índices de mortalidade por ação violenta acima da taxa de 10/100 mil habitantes.
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O quadro é catastrófico e vergonhoso. E demonstra que a violência é um enorme desafio a ser superado pela sociedade brasileira. Explicações não faltam para as altas taxas que, em números absolutos, colocam o Brasil como o recordista mundial em número de assassinatos: o fosso provocado pelas desigualdades sociais e econômicas; as práticas repressivas em detrimento das ações preventivas e de investigação; a criminalidade associada ao tráfico de drogas e as altas taxas de impunidade ajudam a compreender nosso drama. Para se ter uma ideia, apenas de 5 a 8% dos homicídios no Brasil chegam a virar processo criminal.
Outro dado que causa preocupação: enquanto nas capitais as taxas de homicídios têm diminuído, o número de ocorrências nas pequenas e médias cidades vem crescendo em larga escala. Quando assumimos a prefeitura, em 2009, os índices de criminalidade em Botucatu eram bastante elevados. A situação era tão complicada a ponto de, no ano anterior, bandidos terem o atrevimento de explodir uma delegacia.
Decidimos, então, que era preciso virar esse jogo, promovendo uma grande reformulação na política de segurança pública, com foco na integração das ações entre as todas as forças de segurança do município. Com coragem, determinação e fortes investimentos, não precisou de muito tempo para que os resultados começassem a aparecer. A drástica queda nos índices criminais fizeram com que, já em 2010, Botucatu figurasse no topo do ranking das cidades mais seguras do Estado de São Paulo.
Os números comprovam a grande guinada vivida pelo município na área de segurança pública, que devolveu a tranquilidade às famílias e nos transformou em referência para as demais cidades brasileiras. Em todas as modalidades de crimes analisadas estatisticamente pela Secretaria de Segurança Pública, na comparação entre os 76 municípios paulistas com mais de 100 mil habitantes, Botucatu sempre se manteve nos últimos sete anos entre as 10 cidades mais seguras do Estado.
Na semana passada realizamos um grande evento no Teatro Municipal onde tivemos a oportunidade de apresentar os números de 2015 que, para nossa alegria, colocam Botucatu como a cidade mais segura do Estado. O trabalho integrado da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Guarda Civil Municipal e o apoio do CONSEG (Conselho Comunitário de Segurança) foram fundamentais para a redução da criminalidade.
Além disso, os investimentos realizados por nosso governo em áreas essenciais como saúde, educação, moradia, lazer, cultura e geração de emprego também refletiram diretamente na criação de um ambiente de paz. Sabemos que muito ainda precisa ser feito. Mas é inegável a grande evolução na comparação com o governo que nos antecedeu. Os números falam por si.
Entre os anos de 2001 e 2008, a taxa média de furtos em Botucatu foi de 1.934 para cada grupo de 100 mil habitantes. Entre os anos de 2009 e 2015, o número de casos caiu para uma taxa média de 1.061. Uma redução da ordem de 45,1%.
No caso de furto ou roubo de veículos, nos últimos seis anos, Botucatu sempre figurou no ranking das 10 cidades com as menores taxas de todo o Estado. No período de 2001 a 2008, a taxa média ficou em 439,20 delitos por grupo de 100 mil habitantes. Já entre 2009 e 2015 essa taxa caiu para 159,30/100 mil, uma redução de pouco mais de 63%.
No tocante a homicídios, entre os anos de 2001 e 2008, a taxa média ficou muito próxima do limite considerado aceitável, atingindo 9,79/100 mil.. Entre 2009 e 2015, o município sempre figurou entre os 25 com as menores taxas de homicídio no estado. A taxa média, no período, caiu para 4,27/100 mil, uma redução da ordem de 56,4%.
Finalmente, quando o assunto é roubo, por seis anos consecutivos (2010/2015), Botucatu mantém o primeiro lugar no ranking. Entre 2001 e 2008, a taxa ficou em 151,88/100 mil. Já entre os anos de 2009 e 2015 houve uma redução da ordem de 47,4% nos registros desse tipo de crime, com a taxa média caindo para 79,82/100 mil.
Mais do que discurso, o combate à violência exige planejamento, diálogo, soma de esforços e competências, investimento e ações transversais, capazes de conectar as mais diferentes áreas. Essa é uma luta diária, sem trégua, que não se vence com promessas vazias ou meia dúzia de palavras bonitas. Os resultados que alcançamos devem ser comemorados como a vitória de homens e mulheres de bem que constroem a força e a grandeza de nossa cidade.
O título de “Cidade da Segurança” nos enche de orgulho e já se tornou um diferencial para atração de novos investimentos e para que Botucatu passasse a ser o local escolhido para viver por um número cada vez maior de pessoas.
*João Cury Neto (PSDB) é prefeito de Botucatu e presidente do PSDB local.
**Os artigos assinados por colunistas não traduzem necessariamente a opinião do Notícias.Botucatu.