Médicos residentes de Botucatu se manifestam e pedem reajuste em bolsa-auxílio
Profissionais pedem o pagamento, pelo governo estadual, de 11,9% do reajuste no valor das bolsas de auxílio
texto e fotos: Flávio Fogueral

Mais de 50 médicos residentes fizeram, na tarde desta quinta-feira (17) um ato em defesa da categoria. Eles fazem parte dos 435 profissionais vinculados aos programas de especialização da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), nas mais diversas áreas nas dependências do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), autarquia ligada à Secretaria de Estado da Saúde.
A categoria, em greve desde quarta-feira (16) reivindica o pagamento de 11,9% do reajuste às bolsas ofertadas pelo Governo paulista. Atualmente, o auxílio gira em torno de R$ 2.300,00. O movimento de paralisação ocorre em nível estadual, em diversos serviços de saúde pública, como hospitais universitários. O reajuste nas bolsas foi concedido por decisão Interministerial em março. Desde 2009, o aumento não ocorria.
A manifestação, na tarde desta quinta-feira teve concentração na Praça Rubião Júnior, percorreu as ruas Monsenhor Ferrari, João Passos e Praça Emílio Peduti, para depois ocorrer uma passeata com panfletagem na Amando de Barros. Além de exibirem faixas com dizeres como “São Paulo, pague pelos seus médicos residentes” e “O Estado mais rico do país não paga seus residentes”; os médicos ainda entregaram panfletos e conversaram com populares para explicar a situação.
“O movimento foi deflagrado só agora, mas faz um ano que começamos o movimento pela valorização da residência médica. Temos várias pautas envolvidas nesta paralisação, como contratação de médicos preceptores, médicos contratados para os serviços, respeito à jornada de 60 horas semanais, que é previsto em lei e, claro, o reajuste”, frisou Gabriel Berg, médico residente em infectologia da Faculdade de Medicina de Botucatu e integrante da comissão organizadora da paralisação.
A categoria deve se reunir amanhã para avaliar o andamento das negociações com a Secretaria de Estado da Saúde. Um novo ato está previsto para ocorrer na próxima quarta-feira, 30.
Em nota enviada ao Notícias.Botucatu, a Secretaria de Estado da Saúde afirma que em “relação ao reajuste, a pasta já solicitou ao Ministério da Saúde e da Educação, repasses para poder atender o aumento no valor da bolsa dos residentes”.
Paralisação no Hospital das Clínicas
O principal palco para a especialização dos médicos residentes em Botucatu é o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), instalado no câmpus da Unesp, em Rubião Júnior. Com a paralisação dos médicos residentes, serviços nos ambulatórios estão paralisados, por parte da categoria. O trabalho é feito por médicos contratados da unidade. No entanto, serviços considerados essenciais como o Pronto Socorro, Salas de Emergência, Unidades de AVC e Coronariana funcionam normalmente.
A Secretaria de Estado da Saúde ressaltou por meio de nota que, “a paralisação não afeta o funcionamento das unidades, uma vez que o atendimento prestado pelos residentes sempre é supervisionado por um médico. A pasta informou, ainda, que “a paralisação é pontual neste hospital. Em todas as demais unidades de saúde do estado não houve, até o momento, registro de paralisação de residentes.”
