Ex-funcionários da Staroup protestam e pedem pagamento de direitos trabalhistas
Grupo com 50 ex-funcionários protestou em frente à antiga sede da empresa, em Botucatu
texto, vídeos e fotos: Flávio Fogueral
Com falência decretada oficialmente em 2012, a antiga Staroup continua com débitos referentes ao pagamento de direitos trabalhistas. O fato fez com que um grupo composto por mais de 50 ex-funcionários da empresa protestasse neste sábado, 3, em frente à antiga sede, na Avenida Deputado Dante Delmanto, em Botucatu.
Nas faixas e cartazes, o pedido era para que os débitos de direitos como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e outras pendências fossem quitadas. “Hoje foi um protesto para que possamos receber o que nos é de direito. Passaram 6 anos (da decretação de falência) e até agora nada. Ninguém sabe para onde está indo o dinheiro e queremos reverter esta situação”, explica Adalgisa Ferraz Antero, ex-funcionária e uma das manifestantes.
Segundo ela, centenas de funcionários das antigas unidades de Botucatu e Avaré ainda têm valores a serem recebidos. Enfatiza que não há perspectiva concreta de quando o pagamento ocorrerá, fato que ocorreu em reunião entre os advogados dos funcionários e da massa falida. “A advogada disse que está de mãos amarradas e que não consegue dar andamento. Isso porque já ganhamos (as ações) e nada até agora. O advogado (da massa falida) disse que não tem dinheiro e que se receber, será um milagre”, reforça Adalgisa que permaneceu durante sete anos na fábrica.
Funcionário da Staroup por 30 anos, Camilo Silva endossou o protesto pelo recebimento dos direitos trabalhistas. “Estou em uma empresa aqui em Botucatu, mas tenho direito a receber e lutamos para isso”, disse. Saiu da fábrica em 2009, quando foi anunciado o plano de reestruturação. “Sai em setembro de 2009, mas a empresa continuou a funcionar. Muitos funcionários permaneceram e muitas vezes nem o salário recebiam”, completou.
Os ex-funcionários da Staroup, em Botucatu, deverão promover, na próxima semana, novos atos de protesto.
Uma das maiores empresas de confecção do país nas décadas de 1970 e 1980, a Staroup começou a enfrentar a concorrência de outras marcas em meados dos anos 1990, principalmente de roupas chinesas. Foi uma das principais exportadoras de calças jeans do Brasil, chegando inclusive, a marcar presença em países europeus.
Com a crescente dificuldade financeira, a direção da Staroup apresentou, em 2009, um plano de recuperação que consistiu na redução do quadro de funcionários nas unidades de Botucatu e Avaré, aluguel de parte do parque fabril a outras empresas e a venda de equipamentos. As ações, no entanto, mostraram-se fracassadas. Dívidas cresceram e houve a intervenção judicial até que, em 19 de março de 2012, o então juiz Marcelo Moreira decretou a falência da empresa.
