Rei Momo e os Porta-Bandeiras

Enquanto esperamos o próximo carnaval e os carnavalescos trabalham para garantir que novamente a alegria desça a avenida

por Daniel de Carvalho*

Senhoras e senhores, folionas e foliões de Botucatu, é chegado o Carnaval. Em três semanas, no dia 28 de fevereiro, o carnaval 2017 será história, teremos a terça de encerramento da folia e daremos adeus ao Rei Momo e sua corte, e encararemos a Anuésma, um ano de espera para novamente descermos a avenida com Rei Momo e companhia – o ano guarda em si vários outros blocos e seus temas para saudar o folião, mas não é a mesma coisa.

Daniel de Carvalho é publicitário
Daniel de Carvalho é publicitário

O carnaval é do povo, é da rua e de toda família e cidadão. Somos todos foliões, enquanto uns podem não gostar e outros gostem de aproveitar, vários escolhem fazer o carnaval acontecer. Este ano a tradição sairá às ruas de Botucatu representada por duas escolas, Gente Unida da Vila Maria e Pérola Negra, integrantes da União das Escolas de Samba de Botucatu, que descerão a avenida, este ano atrás do Ginásio Municipal, tendo o mínimo de 70 passistas, 30 ritmistas e 2 carros, comissão de frente entre 6 e 12 integrantes e mínimo de 4 baianas divididos em dois temas, com Mestre Sala e Porta Bandeira. Na Câmara dos Vereadores aprovaram na última sexta auxílio aos súditos do Rei que se enquadrassem neste parâmetro, com repasse de R$15 mil para que cada escola concluísse o trabalho de um ano de preparo.

Dos foliões que ocupam a prefeitura, a marchinha segue o corte e ajuste nos investimentos, estipulando qual carnavalesco seria seguidor do Rei este ano na avenida e qual não caberia no orçamento, apresentando os dois escolhidos a todos por quatro dias de carnaval popular, a expressão mais tradicional da cultura popular. Nesta mesma tarde, na mesma sessão que aprovaram na Câmara este repasse ao carnaval, aprovaram também cessão de área dentro da Prefeitura Municipal para interesse das bandeiras bancárias. Unânime como a proposta de repasse carnavalesco, mas aparentemente menos polêmica, foi aprovada necessidade de agilidade nos pagamentos centralizados na Prefeitura, e será realizada licitação para seleção da melhor bandeira a se instalar dentro do executivo.

Na solicitação de igualdade caberia reconhecer que para os atores e para os banqueiros se aplicaria a mesma cobertura e atenção das políticas públicas uma vez que folião ou correntista tem os mesmos direitos e obrigações de transparência com a sociedade. No equilíbrio da atenção e repasse dados às variadas demandas da sociedade, que se aprove também tanto a cessão de área dentro da Prefeitura para que a União trabalhe o carnaval e a cultura popular, e a construção de um galpão definitivo, e que se fiscalize, cobre e transpareça quem são os porta-bandeiras dos bancários e grandes atores financeiros que movimentam a economia centralizada do município, assim como cada movimentação.

Enquanto esperamos o próximo carnaval e os carnavalescos trabalham para garantir que novamente a alegria desça a avenida, a sociedade seguirá junta na construção de uma Botucatu justa e igual, transparente, com folia apenas nos dias de carnaval.

*Daniel de Carvalho. Publicitário, Secretário de Comunicação do PSOL 50 Botucatu e Conselheiro Municipal da Cultura.

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