Mais de 160 médicos concluem os programas de Residência na Unesp de Botucatu

Em 9 de fevereiro a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) promoveu a cerimônia de conclusão dos programas de residência médica da Instituição. A solenidade foi marcada por despedidas, agradecimentos, homenagens, reconhecimentos e discursos que demonstraram o importante papel desempenhado pela Faculdade na preparação de especialistas para o mercado de trabalho e para a área acadêmica.

O Salão Nobre da FMB foi tomado por diversas pessoas que prestigiaram a solenidade: professores, médicos, funcionários, alunos, residentes e familiares dos formandos estiveram presentes. Ao todo, 164 médicos encerraram a fase de residência médica e receberam os certificados de conclusão.

A médica residente Andreza Lamonica foi a responsável por realizar um discurso em homenagem aos pacientes, que, segundo ela, são “fontes de inspiração” para àqueles que exercem a prática médica. “Que nós, residentes e futuros especialistas, possamos sempre dar conforto, seja no final da vida ou em um diagnóstico de uma doença grave, incurável ou terminal. Que possamos demonstrar serenidade e que passemos a eles (pacientes) a segurança, a mesma segurança que nos dedicaram quando foram atendidos por nós”, ressaltou.

A oradora dos médicos residentes, Bruna Lemos da Cruz, fez um relato lembrando de alguns aspectos desse período de aperfeiçoamento profissional, ressaltando as “longas jornadas de trabalho”, “plantões cansativos” e “vários conflitos”. “Tenho certeza que todos nós vamos continuar lutando pelos nossos pacientes, defendendo nossas especialidades e vivendo a medicina intensamente”, frisou. Ela também agradeceu aos professores, médicos, funcionários da FMB e HCFMB e os pais por todo apoio que os médicos residentes receberam durante a residência.

A coordenadora dos programas de residência médica da FMB, professora Paula Schmidt Azevedo Gaiolla, fez uma breve retrospectiva sobre o nascimento desse modelo de aperfeiçoamento profissional (residência médica). “Temos um longo caminho na construção de novos rumos da residência no Brasil, sempre em defesa da qualidade da formação médica. Para isso, é fundamental valorizar a participação do residente no atendimento da população, a preceptoria e os palcos de ensino para os treinamentos”, destacou.

A médica e coordenadora da residência médica do Estado de São Paulo, Irene Abramovich, elogiou a cerimônia promovida pela FMB e disse que ficou “encantada com o número de pessoas formadas em áreas que não tem procura em outros programas da secretaria” (secretaria estadual de saúde de São Paulo). Em seu discurso, a dirigente fez um alerta aos novos especialistas em relação a legislação que instituiu o programa “Mais Médicos”. “Não é o programa mais médicos é a lei do mais médicos”, ressaltou. “A lei acaba com a residência médica, ela muda as coisas, pois foi feita pelo Congresso Nacional e não por profissionais da área. Não se discutem coisas fundamentais”, disse.

O superintendente do HCFMB, professor André Luis Balbi, ressaltou a importância do papel desempenhado pelos residentes na unidade, classificando-os como o “corpo clínico mais atuante” do Hospital. O dirigente desejou sorte aos novos especialistas nesta nova etapa da carreira profissional lembrando que o HCFMB estará sempre de “portas abertas” para recebê-los.

Para o coordenador da coordenadoria de ciência, tecnologia e insumos estratégicos de saúde de São Paulo (CCTIES), professor Sérgio Swain Muller, a conclusão da residência médica é um momento tão importante quanto o encerramento da graduação. Ele também fez críticas a abertura indiscriminada de faculdades de medicina e, consequentemente, a programas de residência médica pelo Brasil. Muller encerrou seu discurso enfatizando que tem convicção de que os novos especialistas formados pela FMB “estão levando o aprendizado da arte médica”.

O diretor-presidente da Famesp, professor Antônio Rugolo Jr, disse que o trabalho desenvolvido pelos médicos residentes é de suma importância para a Instituição (HCFMB). Ele lembrou que a Maternidade Santa Isabel, em Bauru, gerida pela Fundação, possui residentes no exercício da prática médica e isso eleva a qualidade da assistência oferecida à população.

Encerrando os discursos, a vice-diretora da FMB, professora Maria Cristina Pereira Lima (Kika), deixou uma mensagem de otimismo e coragem aos novos especialistas. “Desejo que vocês sejam capazes de compreender e atender a dor do próximo, seja quem for o outro”, disse. E complementou recomendando: “sejam enfáticos e solidários e defendam o SUS; retornem sempre que precisarem e quiserem”, concluiu.

A Residência Médica é, no Brasil, sem dúvida, o programa mais bem-sucedido quanto ao aperfeiçoamento dos médicos recém-formados e a sua especialização. Entendida como pós-graduação “latu sensu” pelo Conselho Federal de Educação é reconhecida como tal pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e encarada pela FMB como uma base de suas principais responsabilidades.