Representantes sindicais definem ações para greve geral de 28 de abril
Plano de ação é formulado pelos representantes de oito sindicatos, alguns, de funcionários públicos
por Flávio Fogueral

Representantes de oito sindicatos de diferentes classes profissionais reuniram-se na manhã desta terça-feira, 25, para definir detalhes da mobilização que ocorrerá em Botucatu, concomitantemente à greve geral anunciada para a sexta-feira, 28 de abril. As atividades no município deverão movimentar diversos segmentos trabalhistas.
Os sindicalistas não detalharam programação de ações, mas afirmam que a intenção é conscientizar a população botucatuense quanto às principais mudanças previstas nas atuais reformas preparadas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB).
A reunião teve a presença de representantes dos Sindicatos dos Empregados no Comércio (Sincomerciário); dos Metalúrgicos; da Construção Civil; da Prefeitura Municipal de Botucatu; dos Trabalhadores Rurais e Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp). Integram a rede colaborativa para a greve a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Energia e Meio Ambiente de São Paulo) e o SindSaúde. Estas associações representam a União Sindical de Botucatu. Também compareceram membros de partidos de esquerda como o PSOL e PT, que se posicionaram contra as reformas.
“Estamos convocando os trabalhadores para que não saiam de casa no dia 28. É um ato inédito na cidade e que esperamos obter êxito. Todos os trabalhadores têm que se unir e mostrar a sua força. Hoje, no Brasil, se tem a força do capital e a do trabalhador. Diante do que está sendo apresentado, estas reformas afetarão a vida de todos os brasileiros, independente de qual categoria profissional pertença, seja funcionário público ou da iniciativa privada”, salienta José Luís Fernandes, diretor social do Sindicato da Construção Civil e um dos organizadores da greve em Botucatu.
A mobilização, que tem abrangência nacional, é contra a aprovação das propostas que estabelecem a Reforma da Previdência e também a Reforma Trabalhista. Ambas tramitam em caráter de urgência no Congresso Nacional e, se aprovadas, mudarão significativamente as legislações vigentes. Uma das alterações principais refere-se ao aumento na idade de aposentadoria- que passaria a ser de 65 anos tanto para homens quanto mulheres, além de 49 anos de contribuição à Previdência Social.
Outras centram nos novos dispositivos que regem a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) como a flexibilização da jornada de trabalho, terceirização da atividade-fim, negociação individual de salários e, por fim, a extinção da contribuição sindical obrigatória, que hoje equivale a um dia de trabalho. Também regulamenta o exercício profissional à distância, o chamado home-office.
O texto-base da Reforma trabalhista foi aprovado na tarde desta terça-feira, 25, pela Comissão Especial que trata do assunto. Agora será apreciado pelo plenário da Câmara.
Assista a entrevista completa com José Luís Fernandes, da organização da greve geral em Botucatu