Botucatu tem protestos contra a Reforma Trabalhista

Dois principais atos ocorrem em frente às garagens de ônibus e também uma manifestação em frente à Prefeitura

por Flávio Fogueral

Botucatu também integrou as ações da paralisação geral de diversas categorias profissionais nesta sexta-feira, 28 de abril. As ações foram convocadas pela União Sindical de Botucatu (que agrega seis associações profissionais)  e contou com a participação de movimentos sociais, coletivos representativos e estudantes. Os atos são contra as Reformas Trabalhistas e da Previdência, propostas pelo governo Michel Temer (PMDB) e que tramitam em caráter de urgência no Congresso Nacional.

Na madrugada, uma paralisação ocorreu em frente a uma das empresas de ônibus de fretamento- na região da Cohab 1- e nas garagens das duas empresas concessionárias do transporte coletivo do município, ambas no Distrito Industrial 1. Houve princípio de tumulto em uma das garagens, onde um dos veículos foi jogado contra os manifestantes, segundo informou o site Botucatu Online. Não houve feridos.

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Empresas de grande porte de Botucatu  criaram alternativas para o traslado de seus funcionários. Já os ônibus do transporte coletivo (StadtBus e Viação São Dimas) só deixaram as garagens por volta das 9 horas. O fato gerou críticas em diversos usuários que, em entrevistas às rádios locais, expressaram apoio ao movimento grevista mas desaprovaram os atrasos nas linhas dos coletivos urbanos.

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Uma das principais expectativas era que o comércio aderisse à paralisação. No entanto, o sindicato da categoria, o Sincomerciários, informou na quinta-feira, 27, que apoiaria o movimento mas que as lojas abririam normalmente. E foi o que ocorreu. Às 9 horas, os estabelecimentos comerciais na Rua Amando de Barros começaram a atender o público. Alguns policiais militares reforçaram a segurança na região.

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O ato principal ocorreu no final da manhã, com a concentração dos manifestantes na Praça Rubião Júnior, em frente à Prefeitura Municipal. Mais de 300 pessoas entre sindicalistas, estudantes, representantes de movimentos sociais e populares debateram o impacto social caso as Reformas Trabalhista e da Previdência sejam realmente aprovadas pelo Congresso Nacional- no caso da Reforma Trabalhista, o texto já está sendo apreciado pelo Senado Federal.

Durante o ato, não foi difícil a manifestação e críticas ao presidente Michel Temer e também ao deputado federal Milton Monti (PR) que votou favoravelmente à Reforma Trabalhista. Mesmo com a aglomeração de pessoas, não foi registrado incidente algum entre os manifestantes e o público que transitava pela região. Algumas panelas foram utilizadas para ironizar o uso das mesmas na época do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).

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Para José Luís Fernandes, diretor-social do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Botucatu e um dos idealizadores da mobilização, os atos foram positivos no intuito de conscientizar a população sobre os impactos das reformas previstas. “Os atos se mostraram um sucesso pois o objetivo era mostrar a todos os riscos que os direitos do trabalhador correm caso as duas reformas sejam mesmo aprovadas. Buscamos respeitar a população a todo momento, para que estas manifestações fossem realizadas com o mínimo de prejuízo aos botucatuenses”, frisou o sindicalista.

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Motivação é contra Reformas propostas pelo Governo Federal

A paralisação foi contra a aprovação das propostas que estabelecem a Reforma da Previdência e também a Reforma Trabalhista. Ambas tramitam em caráter de urgência no Congresso Nacional e, se aprovadas, mudarão significativamente as legislações vigentes. Uma das alterações principais refere-se ao aumento na idade de aposentadoria- que passaria a ser de 65 anos tanto para homens quanto mulheres, além de 49 anos de contribuição à Previdência Social.

Outras centram nos novos dispositivos que regem a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) como a flexibilização da jornada de trabalho, terceirização da atividade-fim, negociação individual de salários e, por fim, a extinção da contribuição sindical obrigatória, que hoje equivale a um dia de trabalho. Também regulamenta o exercício profissional à distância, o chamado home-office.

Veja trechos da manifestação contra a Reforma Trabalhista


 

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