Mesmo com forte chuva, 50 manifestantes pedem a renúncia de Temer em Botucatu
Ao som de “Fora Temer!” e “Diretas Já!” os manifestantes expuseram opiniões sobre as recentes denúncias contra o presidente
texto e fotos por Flávio Fogueral
Um ato realizado no final da manhã deste domingo, 21, pediu a renúncia do presidente Michel Temer (PMDB) e a realização de eleições diretas para a escolha de um possível substituto no cargo da presidência da República. Mesmo debaixo de forte chuva, mais de 50 manifestantes se concentraram no Largo da Catedral Metropolitana de Botucatu.
Ao som de “Fora Temer!” e “Diretas Já!” os manifestantes expuseram opiniões sobre as recentes denúncias contra o presidente, citado diretamente em casos de corrupção na delação da JBS. Durante o ato foram debatidos aspectos como a atual conjuntura política e econômica, aprovação das reformas Trabalhista e da Previdência; além de outros pontos de interesse dos grupos.

O ato teve a organização da Frente Brasil Popular- Sementes da Democracia, Povo sem Medo, Viva Botucatu, coletivos LGBT, sindicatos, coletivos dos direitos da mulher, estudantes, membros de partidos de esquerda como PSOL, PCdoB e PT e outras segmentações sociais. A organização creditou à chuva o número de manifestantes, salientando que outros atos podem ser organizados nos próximos dias.
Rede Globo criticada
Além do Notícias Botucatu, a Rede Globo- por meio da equipe da TV TEM Bauru- foi um dos poucos veículos a registrar o ato em Botucatu. No entanto, em determinado momento os manifestantes entoaram frases de ordem contra a emissora, a quem acusam de manipular informações.
Delação da JBS motivou manifestação em Botucatu
A manifestação foi marcada devido às atuais denúncias do suposto envolvimento de Temer no esquema de pagamento de “mesada” ao ex-deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O fato foi revelado, na quinta-feira (17) em delação premiada pelos proprietários da JBS. As denúncias também atingiram o senador afastado e ex-presidente nacional do PSDB, Aécio Neves. No mesmo dia, o presidente da República, em pronunciamento, disse que não cogita renunciar.
Mesmo assim, mais de oito pedidos de impeachment do peemedebista foram protocolados na Câmara dos Deputados. Todos estão sob análise do presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia, da base aliada ao governo Temer.

O movimento pede a realização de eleição direta para a presidência da República. Isso porque, em caso de renúncia de Temer ou mesmo seu mandato sendo cassado, a Constituição prevê a realização de eleição indireta para o cargo, promovida pelo Congresso Nacional. Tal medida ocorre porque faltam menos de dois anos e meio para o encerramento do mandato de Temer.
Já está em tramitação, porém, uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que estabelece a eleição direta em caso de vacância do cargo de presidente, seja por renúncia ou impedimento, independente do tempo que faltar para terminar o mandato.