Milton Monti vota contra relatório que pedia cassação de Temer
Relatório que recomendava prosseguimento do julgamento do presidente pelo STF foi rejeitado por 40 votos a 25
da Redação com Agência Brasil
O deputado federal por São Manuel, Milton Monti (PR), foi um dos 40 parlamentares integrantes da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) que votaram contrariamente à aceitação do relatório que recomendava a autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgasse uma possível cassação do presidente Michel Temer (PMDB), acusado de corrupção passiva.
A votação do relatório do deputado Sérgio Zveiter, que recomendava o prosseguimento da votação de denúncia contra o presidente, ocorreu no final da tarde desta quinta-feira, 13. Foram 40 votos contrários ao documento contra 25 deputados favoráveis ao julgamento pelo STF.
Leia Mais: JBS destinou R$ 400 mil para campanha de Milton Monti
Leia Ainda: Milton Monti é citado em lista de inquérito na Operação Lava Jato
Independente da decisão da CCJ, o parecer que for aprovado pelo colegiado deve ser ainda analisado pelo plenário da Câmara. Uma vez no plenário, a denúncia precisa ter o apoio de pelo menos 342 votos para ter prosseguimento na Justiça ou para ser interrompida.
Monti integrou a Comissão de Constituição e Justiça após manobra do governo, na última semana, para garantir apoio necessário que possibilitasse o arquivamento do relatório. Nos últimos dias, diversos parlamentares foram promovidos por suas bancadas para representação na CCJ. Na ocasião, o deputado são-manuelense substituiu Delegado Waldir (Goiás) que, após o fato, teria feito diversas insinuações sobre liberação de verbas para emendas parlamentares.
O deputado do PR foi citado, em 11 de abril, como um dos nomes listados pelo relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin. A investigação também faz parte de pedido protocolado pelo Procurar-Geral da República, Rodrigo Janot, e integra as delações de 78 executivos do grupo Odebrecht.
Entre os 18 partidos que tem representação na CCJ, nove encaminharam voto favorável à denúncia: PT, PODEMOS, PSB, PDT, PCdoB, PPS, PHS, PSOL e Rede. A liderança da minoria também orientou a bancada em favor da denúncia.
Os sete partidos contrários à autorização de prosseguimento da denúncia foram: PMDB, PP, PR, PSD, PTB, SD, e PSC, acompanhados da orientação das lideranças da maioria e do governo. O PSDB e o PV liberaram a bancada para que os deputados votassem independentemente das orientações das bancadas.
A denúncia foi elaborada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e encaminhada pelo STF à Câmara, a qual cabe autorizar ou não se o presidente pode ser investigado pela Corte. A primeira etapa da análise é feita pela CCJ, que agora deve designar um novo relator que faça um parecer com mérito divergente em relação ao de Zveiter.