OPINIÃO | Dunkirk – épico tom vitorioso

Nolan conta essa história de gloriosa derrota por três pontos de vista

por Oscar D’Ambrosio*

Quando se pensa em batalhas, geralmente o que ganha destaque são os líderes vitoriosos e a forma como souberam comandar seus soldados. Geralmente, o coletivo é colocado em primeiro lugar de modo a exaltar a força do grupo. Em ‘Dunkirk’, o diretor Christopher Nolan foca os indivíduos que fazem a História.

O filme tem como eixo central o episódio da Segunda Guerra Mundial em que soldados das tropas aliadas foram encurralados por alemães nas praias de Dunquerque, na França, e tiveram que ser evacuados pelo Canal da Mancha em barcos comuns. Esperava-se regatar 45 mil, mas 340 mil foram salvos.

Nolan conta essa história de gloriosa derrota por três pontos de vista: o de soldados presos na praia, esperando o resgate; o de civis que utilizam suas embarcações para salvar os soldados; e o de pilotos da Força Aérea britânica. As interpretações são complementares, porque constituem olhares de pessoas comuns de um conflito de escala global.

Enquanto soldados solitários buscam sobreviver; o proprietário do barco tem no filho, abatido logo no começo da guerra uma força motivadora; enquanto o heroico piloto inglês protege os companheiros e se rende com dignidade. São essas pessoas comuns que dão ao filme de Nolan o tom majestático de tratar uma derrota em épico tom vitorioso.

Oscar D’Ambrosio, Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais, atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp.

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