OPINIÃO | Sobre verdades e mentiras

Nesse contexto, o filme ‘Negação’ (‘Denial’, de 2016), é simplesmente obrigatório para quem se debruça sobre o tema

por Oscar D’Ambrosio

Os debates sobre verdades e mentira vêm ganhando cada vez mais espaço numa sociedade marcada pela chamada pós-verdade e pelo poder das redes sociais e da internet de disseminar tudo o que se possa imaginar. Nesse contexto, o filme ‘Negação’ (‘Denial’, de 2016), é simplesmente obrigatório para quem se debruça sobre o tema.
Dirigido por Mick Jackson, é baseado na obra de Deborah Lipstadt que dramatiza o caso Irving vs Penguin Books Ltd, no qual ela, estudiosa do Holocausto, foi processada pelo negacionista do massacre de judeus David Irving numa ação de difamação. Pelas leis inglesas, ela teve que provar que o autor manipulou evidências históricas.
Mais do que isso, Irving foi considerado antissemita e racista, o que o teria levado a distorcer a história sobre o papel de Hitler no Holocausto, retratando-o de forma favorável. O processo, assim como o filme, mostram a diferença entre liberdade de expressão e de opinião e interpretações mentirosas e deturpadoras da realidade para fins próprios.
O filme trata-se de uma referência para um melhor entendimento também do funcionamento dos tribunais e de como a lógica é mais importante do que a emoção em certas ocasiões formais e burocráticas. Uma estratégia muito bem elaborada foi fundamental para que os fatos históricos fossem colocados na sua dimensão e lugar, por mais assustador que isso seja. Afinal, lembar é preciso para nunca repetir.
Oscar D’Ambrosio é Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, onde atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa.
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