OPINIÃO | Nova política em tempos de eleição
Por fim, a nova política não vem para classificar toda a política anterior em “velha política”
por Giovanni Mockus*
Em tempos de eleição – e para os desavisados, 2018 já começou – ando vendo muito político e projeto de político se colocando como a “nova política”. Mas muita gente mesmo! É movimento, partido político, pré-candidato de primeira viagem e até mesmo políticos de dez mandatos.
Sem dúvidas, o ponto central das eleições deste ano vai ser a renovação política. Claro que existe um despertar de pessoas dispostas a realmente fazer uma nova política, renovar o sistema. Só que também existe muitos olhando para essa janela como uma oportunidade de movimentar algumas peças para se manter no poder.

Lá em 2013, antes das últimas eleições gerais, a gente já falava em uma nova política. De forma alguma pretendo disputar a autoria ou propriedade do termo, até mesmo porque já falavam sobre isso antes. E a questão é que nem mesmo os de antes podem reivindicar essa propriedade. Ninguém pode e é isso que muitos não estão entendendo.
A nova política surge da sociedade, pela sociedade e para a sociedade. Ela não é de um movimento, de um projeto ou de um momento. Se trata de um comprometimento. Comprometimento por uma nova forma de fazer política que começa pela ação de cada um de nós. E isso muitos também não estão entendendo.
A nova política está na atuação daquele senador que combate os privilégios e principalmente abre mão de seus próprios privilégios. Está naquele partido que fala em renovação e principalmente abre seus espaços para que a juventude verdadeiramente os ocupe. Está naquele pré-candidato que combate o caixa dois e principalmente arrecada e utiliza recursos de forma legal, transparente e declarada.
A nova política está no comprometimento de fazer diferente. Fazer diferente no combate à corrupção, no incentivo à renovação, na política pública integrada, na gestão transparente, na priorização da educação.
Para além de discursos, a nova política está justamente em transformá-los em práticas e exemplos por aqueles que empreendem na nova política.
Obviamente – e chamo aqui uma atenção especial – não estou falando em duvidar da nova política ou achar que ela é um produto do marketeiro. Mas, ao se interessar pelo discurso da nova política, procure observar se esse discurso está respaldado nas ações daquele indivíduo ou movimento. Não apenas ações no período eleitoral, mas sim no histórico de vida, na atuação pública e no dia a dia.
Por fim, a nova política não vem para classificar toda a política anterior em “velha política”. Muitos do que vieram antes foram, em seu tempo, a “nova política” e muitos que hoje se colocam como “nova política” fazem, na verdade, uma “velha política”.
No final das contas não se trata de novo ou velho, se trata simplesmente de uma outra forma de FAZER! Fazer uma política junto com a sociedade e pautada na ética, transparência, participação, renovação e, de fato, muita boa vontade de mudar o nosso Brasil.
* Giovanni Mockus é graduando em Gestão de Políticas Públicas pela Universidade de Brasília, dirigente nacional da REDE, Líder RAPS e um entusiasta por uma nova forma de se fazer política. Atualmente, Assessor Legislativo na Câmara dos Deputados. facebook.com/giovannimockus
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