OPINIÃO | Como planejar uma trilha off-road?
O meio ambiente, o nosso maior patrimônio, não pode ser considerado como um obstáculo a ser vencido
por Patrícia Shimabuku*
Antes de encarar uma trilha é importante planejar e adotar algumas medidas que vão além da escolha e conhecimento da mecânica do veículo.
O primeiro ponto a ser considerado é se a trilha a ser percorrida está dentro de propriedade privada. Se o trajeto está dentro de áreas particulares (propriedade rurais e estradas denominadas de servidão) os seus acessos só poderão ocorrer com a autorização do proprietário. Caso ao contrário, sem autorização, o condutor estará invadindo propriedade privada. Busque conhecer o proprietário e o administrador da área. Dialogue, peça a permissão de passagem!
As questões ambientais, importância e fragilidade ecológica, deverão ser analisadas no planejamento, na realização e no pós-trajeto. A busca por informações e o entendimento do trajeto são imprescindíveis. Verifique se a trilha está em área de UC: Unidade de Conservação (como por exemplo: APA – Área de Preservação Permanente, Parques, Estação Ecológica entre outras modalidades), área de mananciais (produção de água), área de reserva legal e APP (encostas, nascentes e entorno de corpos hídricos). Essas informações poderão ser obtidas nos órgãos ambientais competentes como Polícia Ambiental, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, CETESB, Conselho Municipal do Meio Ambiente, Instituto e Fundação Florestal.
O meio ambiente, o nosso maior patrimônio, não pode ser considerado como um obstáculo a ser vencido, assim como, as diretrizes e regulamentações ambientais não podem ser analisadas como “frescuras” dos discursos de ambientalistas.
Correlacionado ao direito de propriedade privada e as questões ambientais, um ponto de confluência a ser analisado é a avaliação dos impactos socioambientais. As realizações das trilhas alteram a rotina das pessoas que residem no trajeto (os veículos emitem ruídos, fumaça e provocam a dispersão de poeiras “terra”, além de possíveis incômodos causados pela circulação). Em alguns casos, observamos destruição de plantações, afugentamento e atropelamento de animais.
Faça a reflexão dos pontos aqui apresentados! Realize as trilhas de forma respeitosa e sustentável!
*Patricia Shimabuku é farmacêutica industrial, professora e ativista socioambiental.
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