OPINIÃO | O prazer de jogar

O ponto alto da narrativa está nas relações psicológicas entre os participantes das brincadeiras

por Oscar D’Ambrosio

Jogos de tabuleiro são maneiras de conhecer as pessoas. Imagine que três casais se encontram periodicamente para os mais variados tipos de desafios intelectuais, de estratégia e de conhecimento. E imagine ainda quando o real e imaginário se misturam de maneiras inusitadas nessas atividades lúdicas.

Esses são os princípios do filme ‘A noite do jogo’, dirigido por John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein, com especial destaque no elenco para Rachel McAdams. O ponto alto da narrativa está nas relações psicológicas entre os participantes das brincadeiras, que vão ganhando a dimensão de realidade cena a cena.

Por um lado, está o casal central, com a esposa querendo engravidar e o marido temendo que uma criança prejudique a vida deles, inclusive os encontros semanais para jogar. Temos ainda o par que declara constantemente amor um ao outro, mas com uma ‘traição’ que vem à tona; e ainda o macho sedutor que participa das atividades sempre com parceiras diferentes.

O espírito competitivo predomina, com a presença ainda de um policial vizinho que, enquanto casado, também participava dos encontros de jogos, mas que foi excluído pela sua personalidade deprimida e agressiva.

Acima de tudo, o filme revela que jogar é uma forma de sonhar, de se relacionar e de escapar de uma vida cotidiana que pode muitas vezes parecer sem atrativos. Também é uma forma saudável de aprender a se relacionar com o mundo. Tudo isso é discutido com doses de humor que geram uma construtiva reflexão sobre o cotidiano de nossas vidas.

Oscar D’Ambrosio, mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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