OPINIÃO | Situações de crise

O essencial, porém, é como a obra contribui para discutir as diversas maneiras de diálogo

por Oscar D’Ambrosio

Um fato pode mudar a vida de uma pessoa. Se isso é verdade para qualquer um de nós, torna-se ainda mais dramático quando estamos pensando num político. E, mais ainda, quando se trata de um integrante da polêmica família Kennedy, como Ted, considerado por alguns mais habilidoso como negociador do que os irmãos assassinados John e Bob.

O filme ‘Chappaquiddick’, dirigido por John Curran, conta como, em julho de 1969, o carro que Ted dirigia saiu da estrada e caiu em um rio na pequena ilha de Massachusetts com esse nome indígena. Ele conseguiu sair do rio, mas deixou ali a jovem que estava com ele no carro, Mary Jo Kopechne, de 28 anos.

Ela tinha participado da campanha presidencial de seu irmão Bob no ano anterior e, para piorar a situação, Ted não avisou as autoridades. A jovem morreu afogada, ele foi condenado a dois anos de prisão por ter fugido do local da tragédia e a condenação foi suspensa.

Ao contrário do que um de seus principais assessores recomendava, o político não renunciou ao cargo de senador, Porém hesitou em concorrer à presidência e, mais tarde, perdeu a indicação democrata para Jimmy Carter, em 1980. O filme não esclarece se o jovem político estava sob efeito de álcool ou se mantinha uma relação extraconjugal.

O essencial, porém, é como a obra contribui para discutir as diversas maneiras de diálogo entre assessores políticos e de imprensa principalmente em situações de crise, quando decisões determinantes precisam ser tomadas rapidamente para o presente e o futuro de celebridades.

Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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