Servidores protestam no câmpus de Rubião Júnior por atraso no 13º
Somente em Botucatu, o débito atinge diretamente 2.500 servidores técnicos administrativos e professores
por Flávio Fogueral
No primeiro dia de greve dos servidores técnicos administrativos da Universidade Estadual Paulista de Botucatu (Unesp), mais de 80 pessoas participaram de manifestação na manhã de segunda-feira, 14, mostrando insatisfação quanto ao atraso no pagamento do décimo terceiro salário.
Os manifestantes percorreram diferentes trechos do câmpus de Rubião Júnior como os blocos de atendimento e o Pronto Socorro do Hospital das Clínicas de Botucatu (HCFMB), além dos prédios administrativos da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Uma assembleia em frente à Biblioteca do Câmpus ratificou o movimento grevista por tempo indeterminado.
A paralisação foi deflagrada como resposta pelo atraso no pagamento do décimo terceiro salário referente a 2018 aos mais de 12.500 servidores técnicos-administrativos e professores (na ativa e aposentados) regidos em sistema estatutário da Unesp. O débito tem valor estimado superior a R$ 170 milhões. Apenas os profissionais contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tiveram o crédito do décimo terceiro em conta.
Somente em Botucatu, o débito atinge diretamente 2.500 servidores técnicos administrativos e professores das quatro unidades instaladas no município: Faculdades de Medicina; Medicina Veterinária e Zootecnia, de Ciências Agronômicas e Instituto de Biociências.
A reitoria da universidade tem se manifestado por meio de notas oficiais. No último posicionamento, feito em 8 de janeiro, atribui o atraso no pagamento ao déficit orçamentário do último ano, estimado em mais de R$ 200 milhões. O documento ressalta que este prejuízo é decorrente de fatores que vão desde o crescimento da folha dos inativos (aposentados) e da “insuficiência financeira ocasionada pelo descompasso entre contribuições e benefícios previdenciários”.
O reitor Sandro Valentini protocolou pedido de audiência com o governador João Dória (PSDB) para ressaltar os problemas vividos pela Unesp, ainda sem resposta por parte do governo estadual. Enquanto o imbróglio permanece, as unidades da Unesp vão aderindo ao movimento. Além de Botucatu, o campus de Araraquara também está com mais de 550 profissionais autárquicos em greve.
Localmente, estão previstos mais atos como manifestações por parte dos servidores. Amanhã (16), a partir das 14 horas, está marcada uma passeata por parte do movimento grevista, com concentração em frente à Prefeitura Municipal e que percorrerá as principais ruas comerciais da Cidade.