Sarad sedia abertura da 2ª Semana Municipal de Prevenção e Conscientização sobre o Uso de Drogas

O primeiro dia de atividades envolveu alunos de três escolas da rede pública estadual

da Assessoria

O SARAD (Serviço de Atenção e Referência em Álcool e Drogas), unidade administrada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), sediou nesta segunda-feira, 3, a abertura da segunda edição da Semana Municipal de Prevenção e Conscientização sobre o Uso de Drogas. A iniciativa é organizada por uma comissão composta pelo Sarad, o Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas), a Diretoria Regional de Ensino, o Instituto de Biociências de Botucatu/Unesp (IB) – por meio do Ceatox – e pela Prefeitura Municipal, com apoio de diferentes secretarias.

A cerimônia de abertura contou com a presença dos secretários municipais: André Spadaro (Saúde), que representou o prefeito de Botucatu, Mário Pardini; Valdir Paixão (Educação) e Silvia Fumes Carvalho (Assistência Social). Também compareceram as vereadoras Alessandra Lucchesi e Jamila Cury Dorini, representando a Câmara Municipal de Botucatu. O evento ainda contou com a participação de representantes da OAB, Guarda Civil Municipal e Diretoria Regional de Ensino. A enfermeira Nilza Martins Ravazoli Brito representou o HCFMB. Juberto Galdino, do Grupo Reage, um dos responsáveis pela organização das discussões.

O primeiro dia de atividades envolveu alunos de três escolas da rede pública estadual. Participaram os estudantes da EE Dom Lúcio Antunes de Souza,  EE Prof Euclides de Carvalho Campos e EE Prof Raymundo Cintra. A programação, no município, segue ao longo de todo o mês, já que dia 26 de junho é Dia Internacional de Combate ao Uso de Drogas. No Sarad haverá atividades com estudantes até o dia 13 de junho.

Para Janice de Lourdes Megid, diretora do Sarad, promover palestras e rodas de conversa com os alunos adolescentes é uma maneira de fazer com que eles se conscientizem da importância de viver longe das drogas. “Muitas vezes recebemos adolescentes no Sarad em um estágio em que a dependência já é muito grave. Precisamos entender como podemos contribuir para prevenir ao invés de apenas tratar quando o problema está instalado”, alertou Janice.

O secretário Municipal de Saúde, André Spadaro, fez questão de lembrar, em sua fala, a importância da união de forças em torno da prevenção ao uso de drogas. “Essa é uma ação que não é somente da Saúde. Sem a participação da Educação, da Assistência Social e de outras instituições e entidades não é possível ter sucesso”, colocou.

A vereadora Alessandra Lucchesi, uma das representantes do Poder Legislativo de Botucatu, salientou a satisfação ao ver um projeto que virou lei (criação da Semana de Prevenção e Conscientização sobre o Uso de Drogas) colocado em prática. “Vou dar início a um trabalho que considero muito importante nessa área, que é a reinserção social e no mercado de trabalho para ex-dependentes químicos. Os jovens devem ter consciência de que a sociedade é muito fechada para aqueles que se envolvem com as drogas”, observou.

O secretário Municipal de Saúde, André Spadaro, fez questão de lembrar, em sua fala, a importância da união de forças em torno da prevenção ao uso de drogas.
Um dos momentos marcantes da abertura da Semana foi o depoimento de um casal de ex-dependentes químicos que estiverem entre os primeiros pacientes atendidos pelo Sarad.

História de superação

Um dos momentos marcantes da abertura da Semana foi o depoimento de um casal de ex-dependentes químicos que estiverem entre os primeiros pacientes atendidos pelo Sarad. Adalberto e Renata há seis anos estão livres do vício e recomeçaram a vida. Eles contaram aos alunos da Escola Estadual Dom Lúcio Antunes de Souza um pouco daquilo que viveram enquanto eram usuários de drogas. “Cheguei a vender tudo que tinha e mesmo assim passei fome. Até a porta de casa eu vendi para comprar droga”, lembra Adalberto, que iniciou sua dependência com a maconha e chegou ao extremo de usar vários tipos de drogas ao mesmo tempo. “Quem usa drogas engana a si mesmo”, completou.

Renata comentou sobre a dificuldade de restabelecer uma relação de confiança com os familiares. No entanto, comemorou o fato de hoje ela e o marido estarem bem e de volta ao mercado de trabalho. “Os estudantes podem fazer a sua parte dando conselhos aos colegas que estão mergulhados no mundo das drogas”, frisou.

Ambos abordaram a dependência química como uma doença, ao contrário do que muitos pensam, fazendo julgamentos equivocados. “Jamais devemos fechar as portas para um ex-usuário de drogas”, reforçou o casal.