Museu Pedagógico Francisco Blasi: a imersão pela História de Botucatu

Reinaugurado em 2017, o local sintetiza toda a riqueza de personagens que construíram o município

por Flávio Fogueral

Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”. É dessa maneira que a historiadora Emília Viotti da Costa (1928-2017) sintetiza a importância do resgate das memórias de um povo. Preservar o passado, portanto, é ter lições para o futuro.

Um dos locais onde se pode viver a História, certamente é o museu. Gerações passadas e futuras conversam entre si, em uma mescla de ensinamentos e respeito. Portanto, tais espaços são importantes para a sociedade.

No Brasil há mais de três mil museus, segundo o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), número acima de salas de cinema (2.098) e teatros (1130), recebendo mais de 65 milhões de visitas, somente em 2016. Do total de museus, 67,5% dos estabelecimentos são dedicados à história, 53,4%, às artes visuais, e 48,2% à imagem e som. 

Em Botucatu, a História também é preservada com um espaço próprio, com o Museu Histórico e Pedagógico Francisco Blasi (MuHP). Reinaugurado em 2017, o local sintetiza toda a riqueza de personagens que construíram o município. O acervo, composto por mais de 13.800 peças reúne objetos, jornais, revistas, documentos, discos, filmes, moedas, cédulas e fotografias. 

Toda a trajetória do espaço tem início com a criação, em 1963, do Museu Histórico e Pedagógico “Padre Vicente Pires da Mota”. Sob administração do governo estadual, teve o nome alterado para a atual denominação em 1989, em homenagem a um dos mais significativos engenheiros de Botucatu e um dos primeiros doadores ao acervo.

Por muitos anos o MuHP esteve instalado em prédios alugados. Devido à complexidade do acervo e a falta de estrutura suficiente para sua acomodação, o espaço foi fechado oficialmente em 2001. Desde então esperava por um endereço fixo. Com isso, as peças ficaram alojadas em um depósito da própria Prefeitura Municipal.

A situação mudou em 2016, quando a Câmara de vereadores aprovou a municipalização do acervo, após um acordo com o governo do Estado.  Com isso, todas as peças foram transferidas para o Espaço Cultural “Professor Gabriel Marão” (Avenida Dom Lúcio).  

O novo espaço do museu, inaugurado em 2017, conta com 180 m², sendo climatizado e com a estrutura para a preservação das peças, doadas em sua maior parte por botucatuenses.

Entre os destaques do acervo estão algumas preciosidades, como uniformes de pracinhas botucatuenses combatentes na Segunda Guerra Mundial. Também são atrativos do museu, peças raras como uma bola de futebol da Copa do Mundo de 1970, disputada no México e vencida pela seleção brasileira. A doação foi do ex-jogador botucatuense Zé Maria. Também figura entre as peças um violão que pertenceu ao compositor Angelino de Oliveira. Há outras peculiaridades como os ponteiros do relógio da Igreja de São Benedito e o edital de inauguração da Catedral Metropolitana, em 1943. Além, claro, de um acervo de jornais que retratam parte do cotidiano e da vida política de Botucatu.

As visitas ao Museu Histórico e Pedagógico Francisco Blasi podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas e, aos sábados, das 9 às 17 horas. Aos domingos o espaço é fechado ao público.

(Em época de quarentena devido à Covid-19, o espaço está fechado ao público)

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