Embraer confirma desistência de compra pela Boeing e classifica decisão como “indevida”
Multa, em caso de quebra de acordo varia entre 75 milhões e 100 milhões de dólares
Por Flávio Fogueral
Um dia após ser veiculada reportagem, por diversos veículos de comunicação, de que a Boeing desistiu do negócio de compra e fusão com a Embraer, estimado em US$ 4 bilhões, a fabricante brasileira considerou a decisão da norte-americana foi “indevida”.
Segundo a Embraer, a norte-americana ao deixar de cumprir o Acordo Global de Operação (MTA) por não ter concluído a assinatura dos termos relativos que tinha data-limite de 24 de abril, “adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao MTA, devido à falta de vontade em concluir a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas comerciais e de reputação.”
Isso se deve pelas alegações de que o cenário econômico mundial instável devido à pandemia de covid-19 e as incertezas políticas no Brasil faziam o negócio ser considerado de “risco”. A Embraer, por outro lado, frisa que cumpriu todas as obrigações previstas no acordo
Pelo negócio, a Boeing adquiriria 80% do negócio de aviação comercial da Embraer, que consiste na produção de aeronaves regionais e comerciais de grande porte. Já na outra vertente teria a criação de uma joint venture, que seria destinada para a produção do avião militar KC-390, onde a brasileira teria 51% do negócio e a norte-americana, 49%.
A fabricante brasileira reforça que “buscará as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do MTA”. Caso o acordo seja formalmente quebrado, a norte-americana terá que pagar multa que varia entre 75 milhões e 100 milhões de dólares.
Leia a nota oficial emitida pela Embraer