Após demitir 320, Caio reduz salários e jornada de trabalho
A medida afetará a todos os colaboradores, segundo comunicado emitido pela empresa
Da Redação
O grupo Caio apresentou nesta segunda-feira, 8 de junho, novas medidas para minimizar os impactos provocados pela retração econômica decorrente da pandemia de covid-19.
Entre as propostas estão nova a suspensão do contrato de trabalho, de acordo com as regras da Medida Provisória 936/2020 nos meses de junho e julho, a redução de jornada de trabalho e de salários entre agosto e novembro de 2020 e o Banco de Horas, para compensação futura com prazo até dezembro de 2021.
A medida afetará a todos os colaboradores, segundo comunicado emitido pela empresa. No entanto, a suspensão adotará escala alternada de trabalho, dividida em equipes. Frisa
“Quem trabalhar integralmente durante o mês, recebe 100% do salário, enquanto que os colaboradores que permanecerem em casa, recebem 30% do salário, mais 70% do valor do benefício emergencial, conforme previsto na Medida Provisória. No mês seguinte, as posições são invertidas.”, frisa o comunicado.
A Caio frisa que a redução de jornada de trabalho terá a duração de 116 dias, com validade até 30 de novembro de 2020. Durante este período, a redução máxima dos salários será de 40%. Caso a situação de produção total seja alcançada, o percentual retorna para 100% de jornada e salários.
Já o banco de horas, reforça a empresa, poderá ser utilizado caso não haja produção nas unidades fabris, devido a um possível agravamento da situação de mercado ou da pandemia. “Fica garantido o pagamento de 60% do salário aos colaboradores, sendo que, as horas pagas e não trabalhadas serão automaticamente lançadas em Banco de Horas, a serem compensadas até 31 de dezembro de 2021”, garante a Caio.
As propostas atuais foram apreciadas pelos mais de 3 mil colaboradores da empresa, sendo que 85% mostraram-se favoráveis às medidas adotadas. O grupo ainda concentra a Busscar, uma das marcas mais respeitadas na produção de ônibus rodoviários do país; CPA (Centro de Processamento de Alumínio); Fiberbus (Fabricante de Peças em Fibras); GR3 (Centro de Distribuição de Alumínio); Inbrasp (Fabricante de peças de Plásticos Automotivas) com duas unidades fabris, uma em Botucatu, SP, e outra em Betim, MG; Tecglass (fabricante de vidros temperados).
320 demissões em maio
Em maio, mais de 320 colaboradores do grupo Caio foram dispensados com o vencimento da primeira etapa do acordo de redução salarial e de suspensão de contratos de trabalho, conforme a Medida Provisória 936/2020. Segundo a empresa, este número representa 10% do efetivo e que 60% dos colaboradores dispensados fizeram em comum acordo.
“Se nós fôssemos pautar as nossas decisões apenas em fatos e em números, a quantidade de demissões seria quase sete vezes maior. Foi graças aos recursos disponibilizados pelo Governo Federal, aliados a estudos de diferentes cenários e à confiança e determinação dos acionistas, que conseguimos formatar uma nova proposta que votada em Assembleias nesta quinta e sexta-feira, 04 e 05 de junho”, explica Maurício Lourenço da Cunha, diretor industrial da Caio.