Obra aponta como o saber sempre é o melhor caminho em tempos de crise
Por Oscar D’Ambrosio*
Há pessoas na história da humanidade que levaram vidas cinematográficas. Esse é o caso de Moe Berg, um jogador de baseball norte-americano que, advogado e poliglota, dominando nove línguas, após atuar durante 15 anos em importantes equipes dos EUA, tornou-se espião durante a Segunda Guerra Mundial.
Sua principal missão foi pesquisar até que ponto os alemães estavam avançados nas pesquisas para desenvolvimento da bomba atômica. O filme “The Catcher was a Spy”, de Ben Lewin, conta essa história de modo que nos permite conhecer diversos aspectos de uma personalidade ímpar.
Judeu, com uma vida afetiva misteriosa, sua vida deu uma guinada em 1936, quando, perto do final da carreira, jogando pelo Boston Red Sox, em um jogo de exibição no Japão, sobe ao terraço e filma o porto e os navios de guerra japoneses em Tóquio. A precisão das informações e a facilidade com que realizou a empreitada impressionou as autoridades americanas.
Começa então uma jornada pela Suíça e pela Itália para dialogar com Werner Heisenberg, Prêmio Nobel de 1932. O objetivo é investigar o envolvimento do físico na criação da bomba atômica pelos nazistas. Embora seja difícil saber até que ponto as informações do filme são verídicas, a obra aponta como o saber sempre é o melhor caminho em tempos de crise.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br