Bomba em estação da Sabesp apresenta falhas e esgoto é despejado no córrego São Caetano

O córrego possui importância regional, por abastecer de água o setor agrícola

Por Flávio Fogueral

Moradores do Jardim Cambuí e entorno relataram a incidência, há alguns dias, de mau cheiro vindo de um córrego existente em uma área verde na região. O problema foi causado por um defeito apresentado em uma válvula de escape existente na tubulação da rede de esgoto da Sabesp.

Segundo os populares, o problema ocorre desde o dia 1º de outubro. Isso devido ao esgoto que tem sido despejado no córrego São Caetano (cuja nascente está no Distrito Industrial 1), que deságua em outros como o rio Capivara e, posteriormente, no Tietê.

Conforme relataram, a incidência é de esgoto doméstico que vem da Estação Elevatória de Esgoto existente nas proximidades, sob responsabilidade da Sabesp. Alguns vídeos postados em redes sociais mostram quantidade considerável de dejetos indo diretamente para o córrego.

Em 3 de outubro a companhia de saneamento teria feito a manutenção na estação elevatória, mas o problema voltou a ocorrer no dia seguinte. Por meio de nota, a empresa reforçou que ocorreu “manutenção emergencial na estação elevatória de esgoto após identificada falha no funcionamento da bomba, causando vazamento”.

Segundo esclarecimento enviado pela Sabesp, a “falha foi provocada pelo uso inadequado da rede de esgoto, com o despejo de objetos que prejudicam o escoamento e funcionamento do sistema. O uso inadequado das redes, como o despejo de óleo, objetos e lixo em vasos sanitários, pias e ralos, é a principal causa de obstruções e vazamentos, trazendo prejuízos para toda a população”.

O serviço de reparo da bomba foi realizado no dia 5 de outubro. No entanto, novamente moradores flagraram e postaram novos despejos de esgoto no leito do córrego São Caetano.

O córrego possui importância regional, por abastecer de água o setor agrícola, na dessedentação de animais, no uso doméstico, recreação e lazer. Afluente do ribeirão córrego Fundo e do rio Araquá, ambos deságuam no rio Capivara, é o mais importante afluente à margem esquerda da bacia do Médio Tietê. A qualidade de sua água foi tema para a tese de doutorado de Ivan Fernandes de Souza, pela Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp.

Em seus resultados, o São Caetano foi enquadrado na classe 3, por “indicar focos de poluentes de esgoto doméstico não tratado, comprometendo a utilização da água no uso para irrigação de culturas e dessedentação animal na área rural”.

Conforme o Conselho Nacional do Meio Ambiente  (Conama), há quatro classes de rios, que vão desde o consumo humano após tratamento simplificado, irrigação e proteção às comunidades aquáticas e de recreação (classe 1); para o abastecimento humano após tratamento convencional, proteção de comunidades aquáticas, irrigação, recreação aquática, pesca e aquicultura (classe 2); ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado, à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras, pesca amadora; recreação de contato secundário e bebedouros para animais (classe 3); navegação e harmonia paisagística (classe 4).