Botucatu negocia compra de 100 mil doses de vacina contra a covid-19 da Johnson & Johnson

Expectativa é que sejam disponibilizadas 100 mil doses da vacina

Por Flávio Fogueral

Após a liberação, por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), para que prefeitos e governadores possam negociar diretamente vacinas contra a covid-19 com as fabricantes, Botucatu se mobiliza para garantir os imunizantes. Reunião na manhã desta sexta-feira, 5 de março, entre o prefeito Mário Pardini, o secretário municipal de Saúde, André Spadaro e representantes da Johnson & Johnson, proporcionou negociação para aquisição. Também integrou a conversa o reitor da Unesp, Pasqual Barretti.

Expectativa é que sejam disponibilizadas 100 mil doses da vacina. “Também apresentamos a disponibilidade da Cidade fazer parte de estudos e pesquisas clínicas e acadêmicas dessa instituição, em parceria com a Unesp, o que fortalece ainda mais a chance de conseguirmos imunizar nossa população. Possibilidade essa que foi muito bem vista pelos executivos, que discutirão a viabilidade”, postou o prefeito em sua página nas redes sociais. 

Pardini frisou que as chances de compra junto à multinacional norte-americana é difícil, já que a prioridade de venda da empresa é com o governo federal. “Eles reforçam que as negociações iniciais devem ser apenas com o Governo Federal. Embora muito remota a chance de conseguirmos a compra de vacinas para a nossa Cidade, saímos esperançosos dessa reunião”, salientou.

A vacina desta fabricante é categorizada como de vetor viral, com a modificação do  adenovírus para que perca sua capacidade de replicação. O mesmo fica inativo. É colocada parte do material genético do Sars-CoV-2 nele. A vacina, ao ser aplicada no corpo humano, induz o organismo a criar anticorpos contra o coronavírus, sem riscos de gerar a covid-19, ou amenizar os efeitos da mesma.

Segundo a FDA dos Estados Unidos- equivalente à Anvisa no Brasil-, a eficácia do imunizante foi 72% eficaz na prevenção de Covid-19 e foi 86% eficaz na prevenção de casos graves da doença. A diferença com as demais é que esta pode ser aplicada em dose única e os frascos podem ser armazenados em temperaturas maiores como em geladeiras comuns, por até três meses, sem prejuízo de sua eficácia.

Quanto a Botucatu, para que qualquer aquisição venha a ocorrer, independente da fabricante, será necessário que a Câmara Municipal aprove projeto de lei que autoriza verba suplementar de R$ 6 milhões para a Secretaria de Saúde. O texto será apreciado em sessão na próxima segunda-feira, 8 de março.

Neste momento as campanhas de vacinação têm ocorrido em grupos prioritários, com uso das vacinas CoronaVac, feitas pelo Instituto Butantã; e pela Oxford Astrazeneca, mas que são produzidas ou compradas pelos governos estadual e federal, para serem distribuídas. Até esta sexta-feira, 5, Botucatu teve aplicação de 18 mil vacinas, contabilizando as duas doses. O governo estadual enviou 20.154 doses.

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