Morre aos 98 anos Antônio Ferminiano, último botucatuense combatente na 2ª Guerra
Em 26 de outubro de 2020,data de seu aniverário, Fermianiano foi homenageado pelo Exército Brasileiro
Da Redação com Botucatu Online
O último dos “pracinhas botucatuenses”, Antônio Ferminiano morreu nesta terça-feira, 6 de abril, aos 98 anos, de causas naturais. O ex-combatente morava junto de sua família em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Além de atuação no maior conflito armado da História, teve carreira como bombeiro.
Ferminiano foi o sétimo dos onze filhos do casal Cristina e Laudelino Fermiano. Era neto de escravos e nasceu em Botucatu no dia 26 de outubro de 1922. Começou a trabalhar na lavoura, com 9 anos, na Fazenda Experimental Edegardia, que integra o campus da Unesp. Também trabalhou como candeeiro de boi, na plantação de café e na atividade de lenheiro.

Alistou-se durante a campanha brasileira na Itália, já na capital mato-grossense. Foi soldado do depósito de pessoal e passou para o 1º Regimento de Infantaria- Regimento Sampaio. Foi para a Europa em 1944, tendo participado da campanha de conquista do Monte Castello e da tomada de Montese.
Também participou de batalhas em 1944 e 1945, sendo ferido em combate. Foi homenageado pelo então presidente Getúlio Cargas com a medalha “Sangue do Brasil” e com o diploma “Ferimento em Ação”.
De volta ao Brasil, Ferminiano foi dispensado dos serviços militares e, após período de muita dificuldade, trabalhou como faxineiro no Fórum João Mendes, em São Paulo. Inscreveu-se na Força Pública, que viria a tornar-se a Polícia Militar. Fez a Academia do Barro Branco e ingressou, em 1947, noCorpo de Bombeiros. Atuou em Jundiaí, Santos,São José dos Campos, Jacareí, Ilha Bela e Taubaté.
Aposentou-se em 1967, estabelecendo morada em Ibiúna, onde tinha um sítio, do qual tirava o sustento com plantação. Ficou viúvo em 1979, quando mudou-se para o Mato Grosso do Sul. Já em 1981 a família retorna a Botucatu, onde continuou vivendo da agricultura.
No ano de 1987 participou da inauguração da Praça do Expedicionário, ao final da Avenida Leonardo Villas Boas. Ao todo, 31 botucatuenses integraram a Força Expedicionária Brasileira.
Em 26 de outubro de 2020,data de seu aniverário, Fermianiano foi homenageado pelo Exército Brasileiro e pela Associação Nacional dos Veteranos da FEB, a Medalha de Campanha que foi perdida ao longo do tempo e sempre desejou tê-la de volta.
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