Quando os níveis desses quatro hormônios dobraram, houve acréscimo de 21% a 31% no risco de hipertensão
Da Agência Einsten
Altos níveis de hormônios do estresse, como adrenalina, noradrenalina, dopamina e cortisol, podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares e hipertensão, mesmo em adultos com pressão normal, segundo uma pesquisa publicada no Hypertension, periódico da Associação Americana do Coração.
O estudo, conduzido na Universidade da Carolina em Los Angeles, nos Estados Unidos, apontou que, quando os níveis desses quatro hormônios dobraram, houve um acréscimo de 21% a 31% no risco de hipertensão. O resultado foi obtido após um acompanhamento dos participantes do estudo por cerca de seis anos.
Já a probabilidade de eventos cardiovasculares subiu 90% com a duplicação dos níveis de cortisol. A probabilidade foi constatada depois de 11 anos de acompanhamento.
Os pesquisadores, em um comunicado para a imprensa, afirmaram que os níveis desses hormônios aumentam como reação aos eventos estressantes do dia a dia, seja na vida pessoal ou no trabalho. Segundo os cientistas, o trabalho mostra, mais uma vez, como o estado mental pode afetar positiva ou negativamente a saúde cardiovascular.
O estudo
Os pesquisadores analisaram os níveis hormonais de 412 adultos, com idades entre 48 e 87 anos. Todos apresentavam pressão arterial normal.
A concentração dessas substâncias foi medida de forma não invasiva, por meio de um único teste de urina noturno de 12 horas. Em outros três momentos, foram monitoradas algumas condições de saúde do grupo, como o desenvolvimento de hipertensão e eventos cardiovasculares.
Diante dos achados, os pesquisadores ressaltam que o teste de urina utilizado pode ser útil na prevenção de eventos cardiovasculares associados a altos níveis dos hormônios do estresse. Isso, no entanto, deve ser avaliado por outros experimentos.
“Embora todos esses hormônios sejam produzidos na glândula adrenal, eles têm diferentes mecanismos para influenciar o sistema cardiovascular. É importante estudar individualmente sua relação com a hipertensão e problemas cardiovasculares”, completam os autores da investigação americana.
Por outro lado, é importante destacar que se trata de um estudo de pequeno porte. Ele fornece o racional para que mais pesquisas sobre o tema sejam conduzidas.