Prefeitura de Bauru anuncia novas medidas para amenizar crise hídrica; cidade passa por racionamento de água

Todas as medidas anunciadas não suspendem o sistema de rodízio 24h/72h

Da Redação 

A prefeita de Bauru Suéllen Rosim e o presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE), Marcos Saraiva, anunciaram nesta sexta-feira (12), durante entrevista coletiva, medidas emergenciais para enfrentar a crise hídrica que acomete a cidade. Serão duas medidas principais. A curto prazo, aluguel de caminhões-pipa, e a perfuração de poços como medida a longo prazo.

O coordenador da Defesa Civil, Marcelo Ryal, e o vice-presidente da Câmara, o vereador Guilherme Berriel, participaram do anúncio, assim como os vereadores Manoel Losila, Júnior Rodrigues, Beto Móveis, Marcelo Afonso e Serginho Brum, além da imprensa.

O DAE apresentou uma série de medidas que serão adotadas para sanar o problema de falta de água na cidade a curto, médio e longo prazos. Enquanto o período de chuvas não chega para normalizar o nível da lagoa de captação, a prefeita Suéllen Rosim, por meio do decreto 15.698, publicado nesta sexta-feira em edição extra do Diário Oficial, instituiu a situação de Emergência Hídrica no Município de Bauru. Diante disso, o DAE terá como fazer contratações de serviços de maneira mais rápida, como caminhões-pipa e perfurações de poços, observando todos os trâmites legais.

A curto prazo, visando intensificar a distribuição de água potável para a população, além dos sete caminhões-pipa próprios, o Departamento pretende alugar mais sete caminhões com capacidade para 22 mil litros de água potável cada. Nesta sexta-feira, três caminhões alugados através de processo licitatório já realizado estão fazendo o reforço com um total de 66 mil litros a mais. Esses caminhões farão o transporte de água potável excedente dos poços artesianos para os reservatórios dos bairros que precisam.

Há ainda a previsão de aluguel de cerca de 15 caminhões-pipa com capacidade para 30 mil litros de água bruta cada para realizar o transporte de lagoas da região até a lagoa de captação do Rio Batalha. Esta água será capturada pelos caminhões na bacia do Córrego Água Parada, localizada próximo ao bairro rural Rio Verde e na jusante do próprio Rio Batalha, e será despejada no poço de sucção da lagoa, de onde seguirá para o tratamento na Estação de Tratamento de Água (ETA), antes da distribuição para os bairros atendidos pelo manancial.

 

A contribuição dos poços privados é importante nesse primeiro momento. A interligação do poço localizado na Universidade de São Paulo (USP) com vazão de 17 m³/hora foi finalizada na tarde desta sexta-feira. O poço da Associação Bauruense de Desportes Aquáticos (ABDA) com vazão de 15 m³/hora, será o próximo a ser interligado. O DAE está fazendo também um levantamento de outros poços privados que utilizam a água do Aquífero Guarani e que possam colaborar no fornecimento de água.

 

Equipes de profissionais da autarquia começaram estudos para viabilizar a perfuração de poços artesianos nos bairros com maior concentração populacional atendidos pelo sistema Batalha/ETA. Pesquisas e contatos com empresas especializadas já estão adiantadas.

 

O DAE realizará, em breve, a retirada de material orgânico e desassoreamento de cerca de 400 m² de uma área localizada a aproximadamente 700 metros acima do eixo central da lagoa. Tal ação visa desobstruir o canal do Rio e possibilitar o fluxo de água até a captação. A limpeza inclui, ainda, a própria lagoa, a ser realizada no período de chuvas quando seu nível alcançar o ideal, o que possibilita os trabalhos. A longo prazo, ações para recuperação da mata ciliar, desassoreamento e desobstrução de todo o canal ao longo do Rio Batalha estão no projeto.

Para o presidente Marcos Saraiva, as medidas emergenciais complementam as outras. “Essa gestão busca esforços para resolver um problema antigo que a cidade enfrenta que é a falta de água em períodos de estiagem. Vamos amenizar o problema da falta de água e também a longo prazo, os problemas do Rio Batalha, como o desassoreamento e a questão da preservação com mata ciliar”, destaca.

A prefeita Suéllen Rosim lembra que o objetivo é levar água para a casa dos moradores. “São ações de curto prazo, para minimizar os impactos desta escassez de água na região abastecida pelo Rio Batalha, e outros para evitar que situações como esta se repitam nos anos seguintes. Tudo o que estiver dentro das nossas possibilidades e for legal será realizado para levar água aos moradores de Bauru”, comenta.

Todas as medidas anunciadas não suspendem o sistema de rodízio 24h/72h adotado na quarta-feira (10) devido ao baixo nível da lagoa que registra nesta sexta-feira a marca de 1,94 m, sendo o ideal, 3,20 m. Conforme as medidas surtirem efeitos, o sistema de rodízio será revisto ou até suspenso.
A autarquia ressalta ainda a importância do uso racional de água por parte da população, pois ainda não entramos no período de chuvas.

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