Especialista faz alerta sobre os riscos da automedicação

Maioria dos casos de intoxicação registrados no Brasil é proveniente de medicamentos

Da Redação

Estudo realizado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) indicou que durante a pandemia os brasileiros passaram a se automedicar com mais frequência. Uma pesquisa anterior do mesmo órgão já havia apontado que 77% dos brasileiros que usam medicamentos o fazem sem prescrição médica, sendo que quase metade (47%) se automedica pelo menos uma vez por mês e um quarto (25%), todo dia ou pelo menos uma vez por semana.

O farmacêutico Henrique de Morais Clauzen, afirma que a busca por uma forma de alívio imediato de alguns sintomas pode trazer riscos à saúde do paciente.

“A automedicação sem orientação ou prescrição de um especialista pode acarretar sérias consequência a quem ingere esses medicamentos, como intoxicação e reações alérgicas, sem contar que o efeito dos remédios pode mascarar sintomas de doenças sérias, acarretando um diagnóstico correto tardio, e consequentemente a piora do quadro clínico”, explica.

Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas apontam que a maioria dos casos de intoxicação registrados no Brasil é proveniente de medicamentos. Antitérmicos, relaxantes musculares e medicamentos que atuam no sistema nervoso central estão entre os mais usados indevidamente.

A especialista destaca que apesar das medidas legais como a exigência e retenção de receita médica para coibir o uso dos antibióticos sem prescrição, a população tem substituído esses medicamentos por anti-inflamatórios. “As pessoas acabam fazendo uso de outros medicamentos como forma de substituição, o que também pode causar mal à saúde”, pontua Clauzen.

O especialista destaca ainda que durante a pandemia houve também aumento no consumo de medicamentos isentos de prescrição, os MIPs.

“Muitas pessoas acreditam que fazendo uso de polivitamínicos e suplementos estão de alguma forma se prevenindo de problemas, mas podem acabar criando outras complicações. O excesso de vitamina C, zinco, ferro, entre outros, pode causar a Hipervitaminose, uma intoxicação causada pela presença em excesso no organismo”, explica o coordenador.

É importante lembrar ainda que em caso de dúvidas os pacientes devem procurar o farmacêutico para maiores esclarecimentos e direcionamento do tratamento adequado.

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