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Comício teve discursos inflamados contra o governo federal e poucas críticas no âmbito estadual
Da Redação
O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, realizou comício em Botucatu neste sábado, 3 de setembro, onde frisou propostas de fomento da educação e desenvolvimento por meio de investimentos públicos. Antes o petista cumpriu ainda agenda na região passando por Avaré, Jaú, Marília e Jaú.
Em Botucatu, visitou uma das unidades da Associação Arte e Convívio, que realiza trabalhos de terapia em saúde mental. Após, discursou para populares na Praça Coronel Moura, o Paratodos.
Acompanhado dos ex-governadores Geraldo Alckmin e Márcio França, candidatos a vice-presidente e senador, respectivamente, Haddad encontrou-se com lideranças políticas regionais e populares. Por mais de uma hora, os candidatos teceram críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), fazendo comparativos do atual governo com as gestões do ex-presidente Lula e também do PSDB (partido o qual Alckmin foi filiado por décadas).
Em entrevista ao Notícias, Haddad salientou que o plano de governo de sua gestão, citado durante o comício como preparado pelos mais diversos especialistas dos partidos que integram a coligação, está centrado em alguns eixos principais, os quais ele destacou a educação, investimentos públicos e segurança. “Reindustrialização será uma das marcas de nosso governo, voltar a trazer emprego de qualidade para o governo do Estado com várias iniciativas como redução de impostos para que São Paulo possa retome sua competitividade frente a outros Estados. Outro ponto é trazer educação superior a todos os municípios paulistas, via Univesp e Centro Paula Souza. E, claro, montar um sistema estadual de inovação com a participação das principais universidades estaduais e trazer, por fim, os Hospitais Dias para o interior a fim de desafogar os hospitais públicos”, disse.
Um ponto em específico foi frisado por Haddad, quanto à segurança pública e o aumento da criminalidade no interior paulista. Em entrevistas, o candidato já disse ser favorável à manutenção das câmeras corporais nos uniformes de policiais militares e ampliação da capacidade de atuação da Polícia Civil.
“São Paulo perdeu hoje a capacidade de investigar crimes. A Polícia Civil está desmontada e, sem investigar o crime não se chega ao ninho da organização criminosa. Então fica sempre na situação de se prender em flagrante sendo que, no dia seguinte, haverá reposição da força de trabalho dessas organizações do crime. O correto é se ter investigação para chegar nos aliciadores, o centro do crime”, frisou o ex-ministro e candidato ao governo do Estado.
Geraldo Alckmin, que disputa a vice-presidência, ressaltou a polarização da eleição em conjuntura nacional. “Vive-se um risco de retrocesso que vemos na democracia, na saúde ao se negar vacinas, e precisamos recuperar a educação afetada diretamente pela pandemeia. São muitos desafios. O Brasil não aguenta mais esse ódio, essa violência e precisamos de boas instituições. O Bolsonaro trabalha contra as instituições. As pessoas passam, mas as instituições ficam. E precisamos delas”, disse o ex-governador e candidato a vice-presidente.
“Estamos indo bem em uma eleição polarizada. São mais de dez candidatos, e as coisas têm caminhado conforme o planejado. O (ex-) presidente Lula tem uma boa lembrança do seu governo com a economia crescendo mais de 7% em seu último govenro. Hoje a inflação para os alimentos, para se ter ideia, supera os 30%. A situação se torna favorável ao Lula, já que a população tem a lembrança de se viver melhor. Tem que focar na questão da economia ccom uma agenda de competitividade para que o Brasil volte a crescer, ter emprego e renda para a população, que é o que interessa”, completou Alckmin.
Na mais recente pesquisa do Datafolha, Haddad lidera com 35% das intenções de voto contra 21% de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e 15% do atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB). Há a probabilidade da eleição estadual ir para o segundo turno, conforme o instituto de pesquisa.