Projeto tem como objetivo avaliar as condições ambientais e de saneamento básico do local
Da Redação
Um projeto de extensão desenvolvido pelo Grupo de Estudos em Zoonoses e Saúde Pública (Gezosp) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, câmpus de Botucatu, está realizando um levantamento das principais zoonoses, as doenças comuns entre humanos e animais, no assentamento Mahatma Ghandi, localizado no distrito de Rubião Júnior, próximo ao câmpus da Unesp.
Iniciado em junho de 2022, o projeto tem como objetivo avaliar as condições ambientais e de saneamento básico do local, bem como as condições de saúde de seus moradores e dos animais do local. Também estão sendo avaliados os aspectos sócio-econômicos das famílias.
O assentamento Mahatma Ghandi tem atualmente 27 famílias, que convivem diretamente com animais como cães, gatos, equídeos, galináceos, caprinos e suínos que, na maior parte do tempo, circulam livremente pelo ambiente. As condições de saúde dos animais que habitam a área, principalmente cães e gatos, estão sendo avaliadas por meio de inquéritos soroepidemiológicos, exames parasitológicos, entre outros. A partir dos resultados obtidos será possível identificar as principais enfermidades presentes no local e, com estes dados, desenvolver ações de educação em saúde, estabelecer programas de controle e de tratamento, principalmente no caso das verminoses.
Além dos estudantes que integram o Gezosp e de pós-graduandos da FMVZ, a iniciativa conta com a participação de alunos de outros cursos da Unesp da área da saúde, como Medicina e Enfermagem. “A atuação dos estudantes nesse trabalho objetiva a produção de conhecimento técnico-científico a respeito das condições sanitárias de uma população em situação de vulnerabilidade”, explica o professor Hélio Langoni, do Departamento de Produção Animal e Medicina Veterinária Preventiva da FMVZ e coordenador do projeto. “Os dados obtidos vão colaborar para condutas mais assertivas dos responsáveis pelas políticas de vigilância em saúde, além de sensibilizar moradores da comunidade a respeito da relevância das zoonoses e da guarda responsável de animais”.
Há alguns meses, houve um incêndio no assentamento, que atingiu algumas das casas. O Gezosp começou a organizar meios de ajudar também nesse aspecto. Integrantes do grupo obtiveram apoio de empresas de Botucatu que doaram brindes para serem rifados. O dinheiro obtido será usado para a compra de materiais de construção e itens de alimentação para a comunidade. “A situação é bastante precária e qualquer ajuda é bem-vinda”, comenta Nássarah.
As atividades do projeto continuam ao longo de 2023. “É sempre importante informar a comunidade sobre as zoonoses e realizar estudos para a sua prevenção e controle, principalmente em comunidades carentes e em vulnerabilidade social. Essas doenças são transmitidas por contato direto com o animal infectado ou indiretamente pelo ambiente contaminado, além da ingestão de água e alimentos contaminados”, destaca o professor Langoni. “Além de projetos de extensão, é preciso a atuação das autoridades em saúde com a adoção de políticas públicas visando a melhor condição ambiental, como as de saneamento básico, para melhor qualidade de vida dos moradores locais e da população em geral”.
Interessados em conhecer o trabalho do Gezosp ou em ajudar o assentamento Mahatma Gandhi podem entrar em contato pelo instagram @gezospunespbtu