Justiça apura casos de assédio sexual praticados entre 2017 e 2022
Do G1
O escrevente que atua como coordenador do Cartório 2ª Vara Criminal do Fórum de Botucatu, denunciado por estupro, assédio e importunação sexual contra pelo menos 11 funcionárias, se apresentou à Polícia Civil na tarde desta segunda-feira (28).
P. R. M. era considerado foragido desde o dia 7 de junho, quando a Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra ele. O pedido tem como base a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que apura casos de assédio sexual praticados entre 2017 e 2022.
As vítimas eram estagiárias e servidoras que trabalham no cartório, conforme o MP. Os casos passaram a ser investigados depois que uma das vítimas registrou um boletim de ocorrência em abril de 2023.
Acompanhado do advogado, P. R. M. se apresentou à polícia, onde foi cumprido o mandado de prisão preventiva. Durante o período em que esteve foragido da Justiça, a defesa de Paulo impetrou um recurso de habeas corpus, que foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Com a prisão, P. R. M. foi encaminhado, provisoriamente, à Cadeia Pública de Itatinga (SP), onde aguarda audiência de custódia.
Ao g1, a defesa de P., por meio do advogado Ézeo Fusco Júnior, pontuou que, em face do mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça, encarregou-se de apresentar Paulo à polícia e que, agora, adotará as medidas necessárias para garantir o amplo direito de defesa dele nos trâmites legais.
Assédio no Fórum
Os casos teriam ocorrido entre 2017 e 2022 no ambiente de trabalho das vítimas. Paulo exercia um cargo de chefia e as denunciantes eram subordinadas a ele, algumas eram estagiárias na época. Uma delas, inclusive, desistiu até de seguir no Direito, conforme apurado pelo g1.
Em entrevista ao g1, a jovem, que pediu para não ser identificada, afirma que ficou doente e precisou de tratamento médico após deixar o estágio.
“Foi algo que me deixou doente, eu tive que fazer terapia, tive início de depressão e fiz tratamento. Até hoje, se alguém do sexo masculino chega muito perto de mim, tenho gatilhos, não consigo confiar em nenhum homem por causa dele.”
As denúncias começaram a ser investigadas depois que uma das mulheres decidiu registrar boletim de ocorrência em abril de 2023 e o inquérito foi aberto pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).