Associação busca selo de Indicação Geográfica para cafés da região

Obtenção pode trazer benefícios significativos para o desenvolvimento regional

Da Redação

Durante o I Workshop Indicação Geográfica Cafés da Cuesta, realizado no dia 07 de março, no Auditório da Biblioteca da Fazenda Experimental Lageado, câmpus da Unesp, em Botucatu, foi criada a Associação da Cuesta Paulista (ACP), entidade que reúne produtores de café da região do Polo Cuesta.

A ACP nasceu com objetivo de trabalhar pela obtenção da Indicação Geográfica (IG) da produção cafeeira da região junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A IG identifica a origem de um produto ou serviço que tem certas qualidades graças à sua origem geográfica ou que tem origem em um local conhecido por aquele produto ou serviço, ou seja, é uma forma de reconhecer, valorizar e proteger a marca de produtos que possuem características distintivas em virtude do seu território, produto ou tipo de produção.

A obtenção da IG para o café da Cuesta Paulista pode trazer benefícios significativos para o desenvolvimento regional, os produtores e demais agentes envolvidos nessa cadeia produtiva a partir do fortalecimento da reputação e da imagem desse café no mercado nacional e internacional.

A ideia de reunir os produtores da região num esforço coletivo para a busca da IG para a produção cafeeira da Cuesta ganhou força durante o Circuito Cafeeiro da Cuesta Paulista, evento realizado de 30 de novembro a 02 de dezembro de 2023 em Pardinho. Nessa ocasião, houve uma aproximação entre representantes do Sindicato Rural de Pardinho, do Núcleo de Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo (Inetec) da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), câmpus de Avaré, que resultou na realização do Workshop.

Além de vários cafeicultores da região, o Workshop teve a participação do professor Caio Antonio Carbonari, vice-diretor da FCA; Raquel Nakazato Pinotti, pesquisadora científica na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA); Elvio Aparecido Motta, coordenador-geral do Escritório Estadual de Desenvolvimento Agrário de São Paulo; Daniella Romano Pelosini, presidente do Sindicato Rural de Pardinho; professor Gustavo Matarazzo, coordenador de pesquisa e inovação do IFSP; professora Silvia Angélica de Carvalho, coordenadora do Inetec/FCA; Francisco José Mitidieri, da Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo e Coordenador do Fórum Paulista de Indicações Geográficas e do professor Saulo Phillipe Sebastião Guerra, diretor da Agência Unesp de Inovação.

Participantes da reunião que originou a associação

Ao longo do dia, os participantes do workshop puderam assistir a apresentações e tirar dúvidas com Francisco Mitidieri e com Felipe Lara, docente do IFSP, responsável pela Indicação Geográfica da uva de Jundiaí, que falaram sobre a importância e os trâmites para o processo de IG, trazendo informações técnicas sobre a documentação exigida. Foram os especialistas em IG que apontaram como aspecto fundamental neste processo a constituição de uma associação, para que os critérios de implantação fossem estabelecidos e conduzidos junto ao INPI.

Ainda durante o evento, os produtores se organizaram e criaram a Associação da Cuesta Paulista (ACP) para a qual foram eleitos os produtores rurais Pedro Berengani e Daniella Romano Pelosini, como presidente e vice-presidente, respectivamente. Ao final do evento, todos os presentes assinaram um termo de manifestação de interesse em apoiar o pedido de Indicação Geográfica do Café da Cuesta Paulista.

O cafeicultor Pedro Berengani, de Cerqueira Cesar, escolhido presidente da Associação, reafirmou a importância do esforço coletivo feito por produtores da região e o apoio das entidades governamentais. “O selo vai trazer o incentivo às boas práticas agrícolas e serve como uma maneira de incentivar a sucessão familiar, incentivar o jovem a permanecer no campo e continuar o trabalho iniciado por seus pais ou avós. Ele serve também para que o consumidor saiba que ele está comprando um produto de procedência e confiança, com uma história por trás. O selo chancela essa história. É importante também porque está sendo feito em parceria com a Unesp, com o ambiente acadêmico e órgãos governamentais como o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério da Agricultura e a APTA. É uma porta aberta para que esses órgãos possam nos dar embasamento técnico e científico para validar nossas práticas no campo. Dessa forma poderemos construir uma IG e mostrar para o mundo o que temos de melhor, que são as nossas pessoas a os nosso ofícios. É um momento muito importante e simbólico para nossa região”.

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