Fábrica clandestina de pães e farinha é novamente fechada na região
Esta empresa foi fechada, em novembro de 2023, pelos mesmos problemas
Da Redação
Uma fábrica clandestina de pães e farinha foi novamente fechada pela Polícia Civil por diversas irregularidades sanitárias, falta de registro e acusação de trabalho análogo à escravidão. A operação “Pão Nosso 3”, que resultou no flagrante, ocorreu na quinta-feira (17) em Porangaba.
Segundo informações divulgadas pela Polícia, o estabelecimento instalado no Bairro dos Marianos funcionava de maneira clandestina, sem as condições mínimas exigidas pela Vigilância Sanitária. Esta empresa foi fechada, em novembro de 2023, pelos mesmos problemas. Na ocasião, a sede física ficava em Itatinga.
Houve solicitação de mandado de busca e apreensão junto à Justiça formalizado pela Vigilância Sanitária de Porangaba, além da regional de Botucatu do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador. Com a devida autorização judicial, policiais e fiscais se dirigiram até à fábrica.
No local estava uma mulher que se apresentou como gerente do estabelecimento. O proprietário, segundo ela, estava em viagem, não sendo encontrado. Notificada do mandado de busca e apreensão, a funcionária permitiu a entrada dos agentes que encontraram instalações inadequadas para produção de pães e farinha.
Os produtos eram armazenados sobre lonas no piso da fábrica. Havia infestação de moscas pelo entorno. Também foram encontrados ratos em alguns pontos do galpão. A farinha obtida da torra e moagem dos pães era armazenada em baldes ou carrinhos de mão. Segundo apurado pelos policiais, parte da farinha de rosca era vendida a supermercados e restaurantes no interior do estado.
Em um dos cômodos da fábrica foi encontrado estoque de massa para pães, que se encontrava em estado de deteterioração. Exalava, conforme registrado pelos policiais, alto odor fétido. Nas explicações, a gerente da fábrica disse que o material seria destinado exclusivamente à alimentação de porcos e que não eram usados para a produção de panificações.
Durante a operação ficou constatado que onze funcionários estavam em condições precárias de trabalho. Não usavam qualquer equipamento de proteção, sem contar com qualquer tipo de registro em carteira de trabalho. Eles também ficavam alojados em quartos que ofereciam pouca estrutura de conforto ou segurança.
Os produtos encontrados foram apreendidos e descartados pelas autoridades. Já os trabalhadores foram levados até a delegacia de Porangaba para esclarecimentos quanto à atuação da fábrica e condições oferecidas a eles. O proprietário do estabelecimento clandestino será indiciado pela prática de crime contra a Ordem Tributária, Econômica e de Consumo.