Arcebispo desautoriza missas tridentinas na Arquidiocese de Botucatu

Com isso, 47 paróquias em 20 municípios estão submetidas às determinações do arcebispo

Da Redação

As celebrações de missas tridentinas estão desautorizadas em toda a arquidiocese de Botucatu. Carta assinada pelo arcebispo Dom Maurício Grotto de Camargo e divulgada na sexta-feira, 21 de fevereiro, disciplina os ritos dentro da Igreja Católica Apostólica Romana, conforme a Reforma Litúrgica de 1970. Com isso, 47 paróquias em 20 municípios estão submetidas às determinações do arcebispo.

Segundo a carta, decisão deve-se a relatos e informações de que alguns sacerdotes- alguns com sspensão das atividades religiosas- realizam esta celebração nas casas de fiéis. “Alerto que se trata de um ato de desobediência e de falta de comunhão com nosso governo pastoral, passível de punição”, ressalta o documento emitido por Dom Maurício.

Determinação é respaldada em Carta Apostólica assinada pelo Papa Francisco em 16 de julho de 2021, que disciplina sobre o uso da liturgia anterior à reforma de 1970. Determina que as celebrações litúrgicas estão sob moderação e guarda do bispo diocesano.

No caso abordado, as missas tridentinas foram estabelecidas em 1570 pelo Concílio de Trento. Nesta abordagem as celebrações ocorrem todas com o sacerdote falando em latim (língua extinta que a Igreja Católica deixou de usar em celebrações no século XX), virado de costas aos fiéis. Os textos sagrados são lidos apenas pelo sacerdote e mais um auxiliar. A participação dos fiéis é limitada a orações interiores e silenciosas.

Em 2007 o Papa Bento XVI admitiu a possibilidade desse tipo de celebração, mas em ambiente privado e sem a presença do povo. Também havia a possibilidade de ser celebrada em paróquias caso o número de fiéis adeptos ao modelo fosse considerável. A decisão foi revogada pelo Papa Francisco em 2021.

Os sacerdotes que desobedecerem estão passíveis de punição de proibição de exercer atvidades relacionadas ao sacerdócio, demissão do estado clerical ou até a excomunhão conforme o cânon 1371 do Código de Direito Canônico.

“Essas medidas visam evitar abusos tais como negar a validade do II Concílio do Vaticano e da CNBB, apoiar o movimento Sede Vacantista (termo da posição dentro da Igreja que defende que o papado está vago ou o ocupante seja considerado impostor) e permitir que a comunhão plena e a unidade eclesial prevaleçam em nossa Arquidiocese, evitando desgastantes e nocivas divisões entre os fiéis”, finaliza o arcebipo na carta divulgada aos fiéis e religiosos.

A Arquidiocese de Sant’Ana é responsável por abranger as dioceses de Araçatuba, Assis, Bauru, Lins, Marília, Presidente Prudente e Ourinhos.

Confira o comunicado: