Prefeitura de Porangaba suspende contrato com fintech acusada de envolvimento com o crime organizado
Empresa era contratada para fazer pagamento do vale alimentação dos servidores
Da Redação
A Prefeitura de Porangaba suspendeu o contrato de prestação de serviços com a BK Bank após operação da Polícia Federal e Receita Federal contra a lavagem de dinheiro para o crime organizado.
O ato foi assinado na sexta-feira, 29 de agosto, pelo prefeito João Carlos Alves. Segundo o documento, a motivação é a divulgação de que a financeira seria usada pelo crime organizado para repasses de dinheiro.
A empresa era contratada para fazer a gestão e pagamento do vale alimentação dos servidores municipais, por meio do Contrato Administrativo 55/2022. A suspensão da prestação de serviços é unilateral.
Conforme o documento, novos processos administrativos foram abertos para a gestão do cartão do vale alimentação dos servidores. “Com a medida, a Prefeitura busca garantir transparência e segurança na gestão dos recursos públicos, além de assegurar que os servidores não sejam prejudicados pelo rompimento do contrato”, salienta nota assinada pelo prefeito de Porangaba.
A instituição financeira é apontada como uma das potenciais envolvidas no repasse de dinheiro a organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC). O esquema de uso de fintechs, postos de combustíveis e empresas de fachada foi divulgado por meio da Operação Carbono Oculto.
Conforme dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o BK Bank recebeu R$ 790.106,12 em 2024 pela prestação de serviços no pagamento do vale alimentação dos servidores de Porangaba. Neste ano, até o momento da suspensão do contrato, a empresa financeira recebeu R$ 2,83 milhões do Executivo porangabense.
Por meio de nota oficial, o BK Bank ressalta que “é devidamente autorizado, regulado e fiscalizado pelo Banco Central do Brasil e conduz todas as suas atividades com total transparência, observando rigorosos padrões de compliance. O BK Bank reitera seu compromisso com a legalidade e coloca-se à inteira disposição das autoridades para prestar esclarecimentos e colaborar plenamente com as investigações”, finaliza a instituição financeira.