Esfoliação da pele: entenda os riscos e cuidados
Esfoliantes físicos são aqueles que removem as células mortas por atrito
Da Agência Einsten
A esfoliação é um dos passos mais populares na rotina de skincare e costuma ser indicada para remover impurezas, desobstruir os poros e estimular a renovação celular. Mas o que muita gente não sabe é que, dependendo do tipo de pele e da frequência, o hábito pode ser mais prejudicial do que benéfico.
“Na verdade, ninguém deveria fazer esse tipo de processo em casa”, alerta o dermatologista Fábio Rebucci, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP) e professor de cirurgia dermatológica na Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), na Grande São Paulo. Segundo ele, ao remover camadas superficiais da pele, o procedimento pode deixá-la mais seca e vulnerável à entrada de substâncias irritantes e micro-organismos causadores de infecções.
Em algumas situações, porém, o método pode funcionar. “Em casos específicos, como na queratose pilar, condição que causa bolinhas ásperas nos braços, coxas e nádegas, o uso de esfoliantes pode ajudar, desde que com orientação médica”, diz a dermatologista Barbara Miguel, do Einstein Hospital Israelita. Já quem tem pele seca, sensível ou doenças dermatológicas, como dermatite atópica, eczema ou rosácea, deve evitar a esfoliação.
A seguir, saiba mais sobre os cuidados necessários antes de aderir à prática.
1. Quais são os tipos de esfoliantes e como eles agem?
Os esfoliantes físicos são aqueles que removem as células mortas por atrito, como produtos com grânulos ou buchas. Já os químicos contêm substâncias como ácido glicólico, retinoico e salicílico, que promovem a troca das camadas superficiais da pele, estimulando a renovação. “Os químicos só devem ser usados sob prescrição médica, pois o uso incorreto pode causar irritações e até queimaduras”, alerta Rebucci.
2. Com que frequência o procedimento pode ser feito?
Segundo a dermatologista do Einstein, quem tem pele oleosa pode esfoliar de forma leve, no máximo, uma vez por semana. Já para peles mistas, o ideal é a cada duas semanas, sempre com produtos suaves e movimentos delicados. “Mas o indicado, de modo geral, é não fazer a esfoliação sem recomendação médica, principalmente em peles mais sensíveis”, reforça Barbara Miguel.
3. A esfoliação substitui a limpeza de pele?
Não. A limpeza de pele profissional é indicada para a retirada de cravos e impurezas mais profundas, enquanto a esfoliação atua apenas na camada superficial. A frequência da limpeza deve ser feita conforme a necessidade de cada pessoa. Já a higiene com sabonete deve ser feita duas vezes ao dia, com produtos próprios para cada tipo de pele.
4. Quem tem acne pode esfoliar a pele?
O ideal é usar produtos indicados por dermatologista para tratar a condição. “Esfoliar a pele não vai melhorar o quadro. Pelo contrário, pode piorar a inflamação, aumentando as espinhas e elevando o risco de infeccioná-las”, alerta o dermatologista da SBD.
5. Buchas podem ser utilizadas?
O ideal é não usar, pois elas prejudicam a barreira de proteção da pele. Além disso, podem servir como veículo para bactérias, já que permanecem muito tempo úmidas.
6. A esfoliação pode ser mais indicada dependendo da época do ano?
No inverno, quando a pele fica mais seca e sensível, e normalmente as pessoas tomam banhos mais quentes e demorados, a esfoliação pode ser ainda mais prejudicial. “O ideal é diminuir ainda mais a frequência desse tipo de processo, nos casos que ele pode ser indicado”, orienta Barbara Miguel.
7. O mesmo produto pode ser utilizado no rosto e no corpo?
As fórmulas indicadas para o rosto são mais delicadas. Entretanto, é sempre importante pedir orientação a um dermatologista para saber se esse tipo de produto deve ser usado, em especial na face. Misturas feitas em casa não devem ser aplicadas em nenhuma parte do corpo.
8. É importante hidratar a pele após fazer a esfoliação?
A hidratação é sempre importante, mas não atenua os possíveis malefícios provocados pela esfoliação.
9. A esfoliação é indicada antes da depilação?
Quem tem pelos muito grossos pode fazer uma esfoliação leve alguns dias antes da depilação para evitar que fiquem encravados. Mas é preciso ter muito cuidado, pois o próprio processo de retirada dos pelos é agressivo para o tecido.

