CEVAP participa de gravação da emissora de TV Discovery Channel
Colaboração do centro foi em ilha com uma das maiores densidades de serpentes do planeta
da Assessoria da Unesp
Entre os dias 3 e 7 de março, o pesquisador e coordenador executivo do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP), Rui Seabra Ferreira Jr, liderou uma expedição à Ilha da Queimada Grande, a 35 quilômetros do litoral sul do Estado de São Paulo, com o objetivo de oferecer suporte para realização de um documentário para o canal de televisão Discovery Channel. O filme, que está sendo produzido e editado nos Estados Unidos, mostrará o ambiente único onde vive uma espécie de jararaca, denominada Ilhoa. Ainda não há uma data definida para a exibição do material.
A ilha possui uma das maiores densidades populacionais de serpentes do planeta, uma vez que a espécie Bothrops insularis ou Jararaca Ilhoa ocupa toda a sua extensão. “Essas serpentes, que se alimentam exclusivamente de pássaros, podem ser encontradas no solo, junto as árvores, e também em cima delas, chegando a ser localizada a mais de cinco metros de altura em nossa expedição”, comenta o biólogo do Cevap Airton Lourenço Jr.

“Essa incursão à ilha realmente teve um caráter expedicionário. Além de guiarmos um grande grupo de pessoas que trabalharam na produção do documentário, tínhamos o objetivo de capturar três serpentes para passar a criá-las em cativeiro. Essa criação ex-situ faz parte de um projeto de pesquisa junto ao Programa Pan-insularis do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). A coleta foi um sucesso e essas serpentes já se encontram no serpentário do Cevap, com as devidas autorizações”, aponta Rui. O desembarque na ilha só é permitido a pesquisadores, mediante autorização prévia do ICMBIO.
A equipe foi formada pela produção técnica e atores do documentário, dentre os quais o herpetólogo australiano Bryan Grieg Fry, além do chefe da unidade de conservação, Carlos Renato Azevedo e da analista ambiental Adriana Magalhães, ambos do ICMBIO. Também contou com a participação do biólogo Airton Lourenço Jr, do Cevap.
Descoberta
Durante os dias em que estiveram na ilha, os pesquisadores tiveram a oportunidade de entrar em uma caverna situada no lado sul. “Ao adentrar o fundo da caverna, que possui cerca de 120 metros de extensão, pudemos verificar que havia água doce pingando e escorrendo do teto. Essa foi uma descoberta fantástica visto que até o momento a ausência de água doce era uma característica da Ilha da Queimada Grande”, finaliza Rui.