Escola de Verão da FMVZ Unesp recebe 30 estudantes de Botucatu
Projeto ofereceu aos jovens uma imersão na prática veterinária
Da Redação
De 23 a 26 de janeiro, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp recebeu um grupo de 30 estudantes do ensino médio de 12 escolas de Botucatu e região, que participaram do projeto de extensão Escola de Verão.
Realizado pela primeira vez pela FMVZ, o projeto ofereceu aos jovens uma imersão na prática veterinária. Ao longo dos quatro dias do evento, eles puderam conhecer um pouco da faculdade, do câmpus universitário e do Hospital Veterinário, além de participar de aulas e oficinas teórico-práticas sobre temas como posse responsável, a relevância dos check-ups veterinários, castração e prevenção de doenças transmissíveis aos seres humanos.
Para a professora Juliany Gomes Quitzan, coordenadora do projeto, o balanço foi muito positivo. “A experiência foi gratificante, os alunos participaram muito. Vários participantes nos disseram que estavam aqui para conhecer um pouco mais da profissão porque gostariam de seguir nessa área. Percebemos que essa semana pode fazer muita diferença na vida desses jovens”.
O professor Paulo Fernandes Marcusso endossou as palavras da colega. “Essa atividade foi pensada para trazer um pouco mais sobre a vivência do médico veterinário, suas áreas de atuação e o seu impacto na sociedade. Por isso falamos de zoonoses, posse responsável, saúde única e apresentamos os projetos de extensão da Faculdade. É uma forma de inserir a universidade na sociedade, além de ser uma forma de estímulo para que os jovens despertem para o curso e também consigam perceber que a saúde única está no dia-a-dia de todos, passando as informações que eles receberam adiante, transmitindo o conhecimento de uma maneira mais efetiva”.
A repercussão entre os jovens também foi positiva Giovana de Santi, 17 anos, aluna do Colégio ADV, estava satisfeita com a experiência. “Gostei de conhecer as pessoas, ter contato com os professores, os residentes, os pós-graduandos e os outros alunos. Ter o contato com os animais foi muito legal e estar vestido com as “roupas de cirurgia” foi muito incrível! Achei superinteressante a área de Parasitologia. Além disso, foi legal conhecer o Hospital Veterinário, que é gigantesco! São muitas alas, muitas áreas, eu não imaginava que era assim. Acho que todo mundo deveria ter uma oportunidade dessas. Recomendo muito para quem quer conhecer melhor o curso de Medicina Veterinária”.
Vitor Pereira de Souza, também de 17 anos, aluno do EECA, é do interior do Paraná e veio para Botucatu para estudar e tentar futuramente ingressar no curso de Medicina Veterinária da FMVZ. “Eu gostei bastante, as atividades foram muito interativas, com muitas aulas práticas e visitas a vários laboratórios. Gostei demais da prática em Cirurgia. Eu já tinha pesquisado e sabia que o Hospital Veterinário é grande, mas estando aqui vi que é muito maior do que eu imaginava. Confirmou ainda mais o meu sonho de fazer Medicina Veterinária. Eu recomendo para quem quer ver se seu curso é esse mesmo ou se é melhor tentar outra área”.
Um grupo de pós-graduandos da FMVZ participou intensamente das atividades da Escola de Verão. Laura Elis Chocobar, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, comentou a experiência. “Ultrapassou minhas expectativas. Eu estava com receio de que os jovens não prestassem atenção, não fossem gostar e essa impressão sumiu logo no primeiro dia. Foi muito bom saber que eles estão doidos para aprender, que tudo o que você fala eles absorvem rapidamente. Por outro lado, foi muito desafiador porque no meio acadêmico estudamos coisas muito específicas e nos acostumamos a uma linguagem extremamente técnica. Ter que adaptar essa linguagem para pessoas entre 14 e 17 anos não foi nada fácil. Mas foi muito gratificante ver que esse esforço rendeu bons frutos. Para mim, projetos como esse são fundamentais. A extensão é, muitas vezes, negligenciada mas é muito importante porque permite devolver à sociedade um pouco do que a universidade nos deu”. A estagiária Luiza martins (UniFSP/Avaré) também colaborou no projeto.
Para os docentes que coordenaram o evento, a iniciativa deveria ser repetida e replicada dentro da FMVZ e nas universidades públicas, de maneira geral. “Já pensamos em programar outra edição e acho que outros docentes também poderiam pensar nessa atividade porque é um papel fundamental da universidade orientar os jovens, não apenas com relação à profissão, mas também em relação à responsabilidade que a sociedade tem nas questões que envolvem a saúde única. É uma forma de instruir e dar as ferramentas para que as pessoas desenvolvam o pensamento crítico”, comentou a professora Juliany. “É essencial que a universidade se comprometa a inserir a sociedade de uma maneira mais efetiva no ambiente acadêmico. A extensão tem uma grande importância social e prática. Se conseguirmos fazer eventos de extensão com maior regularidade e com mais recursos, creio que teremos um impacto importante dentro da sociedade de Botucatu e região”, acrescentou o professor Marcusso.
O projeto “Escola de Verão” é vinculado aos programas de pós-graduação em Medicina Veterinária e Biotecnologia Animal e aos projetos de extensão Patas Amigas e Adote Unesp e foi realizado com recursos provenientes do Edital PROPG/PROEC 56/2023, voltado para apoio às ações de extensão universitária na pós-graduação.
