Falsa advogada é acusada de aplicar golpes que superam R$ 210 mil

Investigada pela Polícia é considerada foragida da Justiça

Da Redação

A Polícia Civil de Avaré está mobilizada para localizar uma mulher de 33 anos investigada por aplicar golpes que somam mais de R$ 210 mil.

A suspeita, que se passava por advogada, teve sua prisão preventiva decretada pela 1ª Vara Criminal de Avaré no dia 29 de novembro de 2024, após representação da DIG. A investigada é considerada foragida da Justiça.

A suspeita operava em um escritório no centro de Avaré, oferecendo serviços jurídicos variados, como aposentadorias, inventários, ações trabalhistas e regularização de documentos. Apresentando-se como advogada experiente, ela conquistava a confiança de pessoas em situações vulneráveis, incluindo idosos, trabalhadores e empresários locais.

Entre os casos apurados, um idoso com deficiência cognitiva perdeu cerca de R$ 57 mil. A falsa advogada teria utilizado a conta bancária da vítima para pagar despesas pessoais e realizar transferências para terceiros. Em outra situação, uma comerciante que procurou a investigada para resolver questões previdenciárias sofreu um prejuízo superior a R$ 12 mil.

Outro caso de destaque envolve uma mulher residente no Canadá, que contratou a investigada para conduzir o inventário de sua mãe, falecida no Brasil. A vítima enviou diversas transferências bancárias, totalizando mais de R$ 8 mil, acreditando que a falsa advogada estava cuidando do processo. Somente após meses sem respostas concretas, a vítima descobriu que nenhum procedimento havia sido iniciado.

Também foi identificado o caso de um homem preso que contratou a investigada para representá-lo em uma ação criminal. A família da vítima pagou cerca de R$ 7,2 mil à falsa advogada, acreditando que ela cuidaria do caso.

No entanto, descobriu-se posteriormente que os serviços contratados não foram realizados. O preso foi representado em uma audiência por um advogado indicado pela investigada, mas o descaso com o processo prejudicou sua situação judicial.

Os relatos das vítimas apontam que a investigada exigia pagamentos antecipados, justificando que seriam destinados ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios. No entanto, os processos prometidos nunca foram iniciados. Muitas vítimas descobriram o golpe apenas ao consultar órgãos como o INSS e o Tribunal de Justiça, onde confirmaram a inexistência de qualquer ação em seus nomes.

Durante o cumprimento de mandados de busca, a Polícia Civil apreendeu documentos, dispositivos eletrônicos e cópias de documentos pessoais de diversas vítimas. De acordo com os investigadores, esses materiais reforçam as evidências do esquema fraudulento, que era sustentado por contratos falsificados e mensagens que aparentavam profissionalismo.

A investigada também utilizava indevidamente os documentos das vítimas para movimentações financeiras, ampliando os prejuízos. Além disso, fazia promessas vazias e criava contratos fraudulentos para ganhar tempo e dificultar a descoberta do golpe.

Diante das evidências reunidas, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva da investigada, considerando a gravidade dos crimes e o risco de continuidade das fraudes. A 1ª Vara Criminal de Avaré acatou o pedido, e o mandado foi expedido no final de novembro de 2024.

As investigações permanecem em andamento, com análise de materiais apreendidos, coleta de depoimentos de vítimas e a busca por outras pessoas lesadas pelo esquema. Os investigadores acreditam que os prejuízos causados pela falsa advogada podem ser ainda maiores do que os R$ 210 mil já identificados.

A suspeita poderá responder por crimes como estelionato, falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão, enquanto as investigações buscam responsabilizá-la integralmente pelos danos causados.